quarta-feira, 29 de abril de 2009

Movimento de Justiça e Direitos Humanos protesta contra a visita de Ahmadinejad

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul lançou nota nesta terça-feira, anunciando que repudia a decisão do Governo Lula de receber no Brasil, no dia 6 de maio próximo, o presidente da República Islâmica do Irã, Mahmoud Ajmadinejad. Diz o texto: “Em manifestação na Conferência contra o Racismo, realizada em Genebra, dia 20 de abril, o presidente do Irã, país onde se viola sistematicamente os direitos humanos – com enforcamentos e açoites - aproveitou-se da oportunidade para destilar ódio antissemita. 40 representantes de países na Conferência contra o Racismo deixaram o salão no qual Ajmadinejad proferia seu discurso, em atitude de repulsa ao conteúdo xenófobo da manifestação que desrespeitou a comunidade internacional. É de se lembrar que, no mesmo dia, eram lembradas as vítimas do Holocausto. Diante de seu virulento antissemitismo, que descamba para a negação do Holocausto, o MJDH considera a vinda do presidente iraniano ao Brasil uma agressão aos princípios da convivência pacífica entre os povos. Para o governo do Brasil, era imperioso, depois do que se observou em Genebra, desconvidar esse propagador do ódio, que representa um estado onde o homossexualismo é crime capital e mulheres, a partir da idade de nove anos, podem ser inculpadas de crimes como adultério, passível de punição por enforcamento em praça pública. O regime iraniano é um dos mais tirânicos do planeta. É o segundo país do mundo, atrás apenas da China, em que se aplica a pena de morte. O caso de Delara Darabi, de 21 anos, prestes a ser executada, é apenas mais um exemplo do desrespeito à vida naquele país. Delara, na prisão há seis anos, foi condenada à morte por enforcamento por suposto homicídio, quando tinha 16 anos. Numa época em que se constata o crescimento do ódio aos judeus em todo mundo e que a negação do Holocausto atinge níveis preocupantes, é infamante, para os brasileiros, a decisão do governo Lula, de manter o convite a Ahmadinejad para visitar nosso país. O MJDH, ao longo de sua história, vem denunciando a negação do Holocausto por propagandistas do neonazismo e atuou com firmeza, nos anos 90, para que Siegfried Ellwanger, o maior desses propagandistas no Brasil, fosse condenado à prisão. A decisão governamental, grave e injustificável, de manter o convite a Ahmadinejad, em que pese ao que todos assistiram em Genebra, não pode ser interpretada senão como complacência diante do antissemitismo e da violação contumaz dos direitos humanos”. A nota é assinada pelos dirigentes do Movimento de Justiça e Direitos Humanos: Presidente - Dani Rudnicki; Vice Presidente - Luiz Francisco Corrêa Barbosa; Secretario - Newton Muller Rodrigues; Tesoureiro - Cid Silva Soares; Conselheiro - Luis Milman; Conselheiro - Jair Krischke; e ainda Carlos Josias Menna de Oliveira, Vitor Vieira, Christopher Belchior Goulart, Afonso Roberto Licks, Paulo Roberto Castro Dias e Wilson Muller Rodrigues, membro do Conselho Fiscal.

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