terça-feira, 21 de abril de 2009

Justiça argentina busca documentos no Uruguai no Caso Amia

A Justiça argentina está investigando a possibilidade de existência de documentos e contas bancárias no Uruguai vinculados ao Caso Amia, atentado terrorista contra a organização judaica em Buenos Aires, ocorrido em 1994. O testemunho de uma ex-funcionária argentina, morta em estranhas circunstâncias, detonou a investigação no Uruguai. A Justiça argentina pediu informações sobre a existência no Uruguai de conta bancária e depósitos no nome de ou depositada por María Lourdes Di Natale, ex-secretária do empresário Emir Yoma. A Justiça argentina acredita que poderia obter "importante" informação sobre o atentado contra a Asociación Mutual Israelita Argentina (AMIA), ocorrido no dia 18 de julho de 1994. Yoma, cunhado do ex-presidente argentino Carlos Menem, foi acusado de tráfico ilegal de armas e de lavagem de dinheiro. Maria Lourdes Di Natale denunciou Emir Yoma de forma direta e "suspeitamente” se suicidou antes de depor. Também “casualmente” quase todas as testemunhas dos casos se suicidaram ou morreram de causas confusas não naturais. Um juiz federal argentino utilizou o Protocolo de Assistência em Assuntos Penais do Mercosur e solicitou à Justiça uruguaia que verifique a possível existência de documentação depositada por Maria Lourdes Di Natale no Uruguai. O recebimento do pedido implicou na decisão do juiz penal do 16º Turno, Néstor Valetti, que expediu nos últimos dias um oficio para a Associação de Escrivães do Uruguai, requerendo qualquer "documentação depositada" por Lourdes Di Natale "com especial atenção ao período compreendido entre os anos de 1996 a 2003". O juiz também determinou que o pedido está liberado do segredo de Justiça porque se trata de uma medida de cooperação judicial penal internacional na luta coantra o terrorismo e os delitos contra a Humanidade. A resolução do juiz Valetti não é a primeira, ele já havia requerido, por intermédio do Banco Central, informação sobre as entidades do sistema bancário e casas de câmbio do Uruguai, com o objetivo de obter informação sobre posibles "contas ou cofres fortes" em nome de Maria Lourdes Di Natale. Todas as pistas que Maria Lourdes Di Natale pode ter sido assassinada porque tinha informações importantes sobre o atentado contra a Amia e especialmente contra a embaixada de Israel na Argentina. Lourdes Di Natale foi encontrada morta no dia 1º de março de 2003, no pátio interno do edificio onde vivía com sua filha pequena. Ela deixou uma carta assinada, na qual indicou uma lista de nomes de pessoas que seriam beneficiadas com sua morte, que são as seguintes: Monzer Al Kassar, Alfredo Yabrán, Carlos Saúl Menem, Emir Yoma.

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