segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fazendas do presidente do Tribunal de Contas paulista no Mato Grosso do Sul valem 43 milhões

Apenas uma das fazendas do presidente do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, Eduardo Bittencourt Carvalho, em Corumbá, está avaliada em R$ 43,3 milhões. São 28.929 hectares no local conhecido como Curva do Leque. Outra propriedade, na mesma região, vale R$ 1,7 milhão, sendo bem mais “modesta”, com apenas 1.175 hectares. As informações são do Cartório de Registros de Imóveis de Corumbá e a avaliação baseada no preço médio praticado pelo mercado. Na verdade, as duas áreas estão em nome de Agropecuária Pedra do Sol, também propriedade de Eduardo Bittencourt Carvalho. A transferência foi feita em 2001, quatro anos após a compra. O presidente do Tribunal de Contas de São Paulo é acusado de enriquecimento ilícito, e enfrenta investigação que inclui devassa no patrimônio registrado em seu nome, de suas empresas e de outros sete parentes próximos em Mato Grosso do Sul. A fazenda Firme é a maior em nome da empresa dele, foi comprada da Embrapa para pecuária de corte. Quando adquiriu as terras, eram apenas quatro mil hectares. Nos últimos nove anos fazenda se transformou em uma das maiores do Pantanal, acumulando em média 2,7 mil hectares ao ano. A Firme é uma propriedade de valor histórico, foi uma das primeiras formadas no Pantanal da Nhecolândia, chegou a ter 380 mil hectares. A sede da Firme, adquirida já decadente, foi completamente reformada, com padrões de conforto invejáveis, segundo fazendeiros vizinhos. A menor propriedade, a fazenda Leque, foi a última a ser comprada. A Polícia paulista investiga sociedade mantida entre Bittencourt e empresa Justinian Investment Holdings Limited, sediada em paraíso fiscal do Caribe, na compra de uma dessas propriedades. Depois de comprar as terras, Bittencourt passou a ser visto sempre aos finais de semana em Mato Grosso do Sul e em grandes eventos de compra e venda de gado no Estado, conhecido por lances altos, acima dos valores de mercado. Pecuarista “dedicado”, Bittencourt estabeleceu até parcerias com a unidade da Embrapa no Pantanal, para pesquisas de melhoramento genético do gado. Bittencourt é alvo do Superior Tribunal de Justiça e da Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo, por conta de patrimônio incompatível com seus rendimentos de conselheiro de contas, de pouco mais de R$ 21 mil mensais. No Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul também há conselheiros com evidências de aumento de patrimônio sem renda que justifique.

Nenhum comentário: