sábado, 8 de novembro de 2008

Segmento da baixa renda perde crédito e venda de carro 1.0 despenca

A venda de automóveis sofreu uma queda expressiva em outubro que foi puxada, principalmente, pela redução no comércio de veículos com motor 1.0, os chamados populares. A participação dos carros mil caiu a 47,2% dos negócios, a mais baixa desde 1994. A média no ano é de 51,1%. O presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Jackson Schneider, afirmou que a queda é reflexo da falta de crédito, fundamental para o acesso da baixa renda ao carro novo. "Quem mais sentiu a restrição de crédito de outubro foi a baixa renda. O crédito é importante para esse segmento", afirmou. Esse pode ser o “subprime” brasileiro. Os carros de 1.000 cilindradas nunca ficaram abaixo de 50% de participação das vendas desde 1994. Foi neste ano que o governo derrubou de 14% para 0,1% o IPI (Imposto de Produtos Industrializados) dos carros populares. A partir daí, a participação só cresceu, até atingir 74,6% em 2001, com os carros populares favorecidos pela baixa tributação. Desde 2002, a fatia passou a encolher e, em 2004, o IPI dos veículos de até 1.000 cilindradas subiu a 9%, o que inibiu ainda mais as vendas dessa modalidade, que fechou com participação de 56,4% no ano passado. As montadoras culpam a falta de crédito pela redução das vendas de outubro, mas esperam uma regularização a partir deste mês, principalmente após notícia do Banco do Brasil que vai irrigar o crédito do setor com R$ 4 bilhões.