segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Câmara dos Deputados faz nova tentativa para controlar a imprensa

A Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados realizará, no dia 11, uma audiência pública para discutir as conseqüências da cobertura feita pela mídia durante o seqüestro da garota Eloá. Ela foi morta depois de ser mantida refém durante cinco dias pelo ex-namorado Lindemberg Alves, em um apartamento na cidade de Santo André, em São Paulo. Durante o seqüestro, três emissoras de televisão (Globo, Record e Rede TV!) veicularam entrevistas feitas com o seqüestrador por meio do número de celular utilizado nas negociações com a polícia. Autor do requerimento de realização da audiência, o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) qualifica a atuação da imprensa nesse período como "irresponsável". Ele considera ter havido um "vale tudo" na busca pela audiência. “Os meios de comunicação inflamaram a psicopatia do seqüestrador, que virou uma celebridade nacional”, disse o genial comunicólogo stalinista Ivan Valente. O parlamentar comunista destaca a importância do debate sobre a responsabilidade social e ética dos meios de comunicação, e diz que as emissoras podem ser punidas, caso haja pressão popular para tanto. “Que as emissoras não venham com o álibi, a justificativa da conduta irresponsável em nome da liberdade de imprensa. Nós lutamos contra a ditadura, pela liberdade de imprensa, enquanto vários órgãos de comunicação defendiam o regime militar”. Essa é uma monumental mentira de Ivan Valente. Ele não lutou pela liberdade de imprensa, ele não lutou pela democracia, ele estava lutando pela revolução comunista no Brasil, para implantar a ditadura do proletariado, que acabaria com a liberdade de imprensa e com todas as outras liberdades de imprensa. Ele queria implantar o regime do jornal único, do partido, é claro, como em Cuba. Agora, travestido de democrata, quer demonizar a imprensa para impor controles aos jornalistas e aos veículos de comunicação. Essa gente não desiste nunca. Veja o argumento do comunista Ivan Valente: “Tem um depoimento do promotor que esteve lá nos momentos cruciais que diz que o capitão Gianinni, responsável pelas negociações, não conseguia falar com o seqüestrador porque o telefone estava ocupado com as entrevistas com a imprensa. Por outro lado, a cobertura 24 horas por dia, procurando sempre os melhores ângulos, ocupando vários apartamentos do local e inclusive mostrando toda a movimentação policial, isso tudo certamente prejudicou e muito qualquer ação policial preventiva. Tanto é assim que ele soltou uma das reféns em troca da manutenção da água e da eletricidade para que ele pudesse acompanhar pelos meios de comunicação. Foi uma cobertura irresponsável. As emissoras trabalham sob o regime de concessão pública. De que maneira seria possível exercer um controle mais efetivo sobre isso? Essas concessões são renováveis, e essa renovação passa pelo Congresso. Entramos com o requerimento também na Comissão de Ciência, Tecnologia e Comunicação da Câmara, para que esse debate seja feito também sob esse ângulo, ou seja, o papel ético e de utilidade pública dos meios de comunicação”. É isso aí, dito por ele, com todas as letras. Ele quer “controlar” os veículos de comunicação, dizer o que podem e o que não podem dizer e fazer.