quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Presidente do Clube Militar ataca o peremptório ministro Tarso Genro

Antes da reunião promovida nesta quinta-feira, pelo Clube Militar, no Rio de Janeiro, para discutir a Lei de Anistia, o presidente da entidade, general Gilberto Figueiredo, subiu o tom das críticas às declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro, o qual defendeu peremptoriamente, na semana passada, a punição a agentes do Estado (torturadores) que violaram os direitos humanos, durante o regime militar. Segundo o general, se o ministro "faz questão de lamber feridas", que ponha de lado as que já estão "em processo de cicatrização e volte-se para algumas mais recentes, ainda à espera de esclarecimento", por terem sido supostamente "blindadas pelo governo". Entre essas "feridas" que, avalia, devem ser trazidas à discussão pública, Figueiredo listou o assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel; o escândalo do mensalão e "os indícios de ligações de membros da cúpula governamental com as Farc". Ao se referir às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (organização terrorista e traficante de cocaína), o presidente do Clube Militar fez um duro ataque. "Há uma estranha afeição dos companheiros do ministro Tarso com o seqüestro e os seqüestradores, um dos crimes mais infames, ao lado da tortura que o ministro tanto abomina”. Após classificar o debate levantado por Tarso Genro como "débil", o general indagou: "Segundo tal critério, qual dos crimes praticados pelo outro lado seria político? Talvez o do companheiro de ideologia do ministro que assassinou friamente um marinheiro inglês, recentemente desembarcado na Praça Mauá, apenas porque era um representante do capitalismo burguês?" Ele se referia a episódio ocorrido em 1972, quando o marinheiro inglês David A. Cuthberg, de 19 anos, foi metralhado por terroristas esquerdistas, companheiros de Tarso Genro, ex-militante do PCdoB e depois do PCR (Partido Comunista Revolucionário). O general Figueiredo criticou ainda o "extraordinário empenho, de altos membros do partido do ministro (o PT), no sentido de liberar os seqüestradores do empresário Abílio Diniz". E lembrou que é exatamente por meio do seqüestro que as Farc sobrevivem e, exatamente agora, "surge essa suspeita de ligações estreitas" com integrantes do governo. O problema de Tarso Genro (todos os que o conhecem sabem disso) é o espelho.

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