terça-feira, 8 de julho de 2008

Advogado vai recorrer ao Supremo para tentar impedir extradição de Cacciola

O advogado Carlos Ely Eluf, que defende o ex-banqueiro Salvatore Cacciola, protocolou nesta segun da-feira, no Supremo Tribunal Federal, um habeas corpus para tentar evitar a extradição de seu cliente. Na semana passada, Eluf enviou o documento por sedex, mas com a greve dos Correios o recurso foi retido na empresa e não chegou ao tribunal. O advogado disse que a paralisação contribuiu para que ele pudesse estudar mais o processo e incluir novos elementos no habeas corpus. No recurso judicial, o advogado deverá argumentar que Cacciola é um único entre 12 réus que deverá aguardar o processo com a prisão preventiva decretada. Para Eluf, isso não é justo. Na última sexta-feira, o governo brasileiro anunciou a extradição do ex-banqueiro, condenado no Brasil a 13 anos de prisão pela prática de crimes. O último recurso de Cacciola foi recusado pela Corte de Apelação de Mônaco. Cacciola foi preso pela Interpol em Mônaco, em setembro do ano passado, enquanto passava um final de semana de lazer, longe da Itália, país pelo qual tem a nacionalidade e de onde não poderia ser extraditado para o Brasil por conta de acordos diplomáticos. Autoridades federais afirmam que, em no máximo 15 dias, Cacciola deverá chegar ao Brasil e ser entregue à Justiça. Em 1999, quando o Banco Central promoveu uma maxi-desvalorização do Real, os bancos Marka e FonteCindam receberam socorro de R$ 1,5 bilhão. O argumento para o repasse foi o de que, sem respaldo do caixa público, poderia haver crise de confiança no sistema financeiro nacional, com a iminente quebra de instituições. Em 1999, o banco Marka quebrou com a desvalorização cambial. Mas contrariando o que ocorria no mercado, o Marka e o banco FonteCindam assumiram compromissos em dólar. O banco de Cacciola, por exemplo, investiu na estabilidade do real e tinha 20 vezes seu patrimônio líquido comprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar. O Banco Central socorreu as duas instituições, vendendo dólares com cotação abaixo do mercado, tentando evitar que quebrassem. Em 2005, a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, condenou Salvatore Cacciola, à revelia, a 13 anos de prisão. O então presidente do Banco Central, Francisco Lopes, recebeu pena de dez anos em regime fechado e a diretora de Fiscalização do Banco Central, Tereza Grossi, pegou seis anos.

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