sábado, 3 de maio de 2008

Antigas celas do Dops paulista dão lugar a Memorial da Resistência

As antigas celas do Dops (Departamento de Ordem Política e Social), local de um dos piores momentos da história do País, agora compõem o Memorial da Resistência, em São Paulo. O local havia sido reaberto em 2002 com o nome de Memorial da Liberdade. Mas mudou de nome a pedido de ex-presos políticos que discordavam da palavra "liberdade". Era para lá que os presos políticos eram levados para serem interrogados, onde acabavam sendo torturados. A mudança de nome ocorreu na quinta-feira, quando a Secretaria de Estado da Cultura inaugurou a exposição fotográfica "Direito à Memória e à Verdade - a Ditadura no Brasil - 1964-1985". A data de abertura da exposição coincide com os 40 anos da revolta estudantil de maio de 1968 e com os 60 anos da Declaração dos Direitos do Homem. A exposição reúne painéis compostos por 110 fotografias, com 1,60 metro de altura e uma extensão de 70 metros lineares. Os paulistas continuam resistindo, até hoje, a criar um memorial no local que efetivamente é o mais emblemático da repressão na ditadura militar: a delegacia de polícia da Rua Tutóia, no bairro de Vila Mariana, onde funcionaram as masmorras do DOI-Codi (ver na foto), e onde morreu sob tortura o jornalista Vladmir Herzog.

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