No mercado financeiro, o ataque também traz impactos, de acordo com o economista-chefe da Daycoval Asset Management, Rafael Cardoso. “Do lado mais amplo e incerto, o ataque levará à elevação da tensão geopolítica na região. Em relação aos impactos econômicos globais, há a alta do preço do petróleo, como já está ocorrendo, mas que não deve se perpetuar devido à retomada da produção saudita nos próximos meses ou à expansão da oferta por parte de outros participantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo - Opep”.
Para o economista, se houver alta de inflação nos países, ela deverá ser momentânea até a normalização da oferta de petróleo em um contexto global. Cardoso disse que a elevação momentânea dos preços, seguida de normalização, bem como a não implicação para a política monetária, valem também para o cenário nacional, onde “o Banco Central está em meio a um ciclo de queda da taxa (básica de juros) Selic”.
A Arábia Saudita anunciou que um oleoduto da Aramco que atravessa o país foi atacado por drones armados no sábado, por organizações terroristas, entre elas as milícias Houthi, braço armado do Irã no Iêmen. Após o anúncio saudita, os Houthis assumiram a autoria dos ataques. Segundo o ministro de Enegia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, o ataque resultou na redução da produção diária de óleo do país em cerca de 5,7 milhões de barris.
A quantidade corresponde a cerca de 5% da oferta global. Os ataques repercutiram no preço do petróleo no mercado mundial. O índice Brent ultrapassou os US$ 71,00 por barril, logo depois do começo do pregão desta segunda-feira (16) em Londres, o que representa mais de 18% em relação à semana passada. O anúncio de que os Estados Unidos devem liberar suas reservas de petróleo, ajudou a conter a alta dos preços, mas as cotações do preço futuro do petróleo nos mercados-chave se mantém cerca de 10% mais altos do que na semana anterior.
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