sexta-feira, 17 de agosto de 2018

PT diz que Procuradoria Geral da República reforça perseguição a Lula e manterá embate com TSE

A cúpula do PT avalia que a postura da Procuradoria-Geral da República em relação ao registro da candidatura de Lula reforça o discurso de que o bandido corrupto é perseguido pela Justiça, e deve servir de combustível para a estratégia do partido. Com aval de Lula, a ordem dentro do PT é manter o enfrentamento com o Tribunal Superior Eleitoral para fortalecer a tese de vitimização do ex-presidente. Na opinião de dirigentes petistas, isso será fundamental para a transferência de parte do eleitorado de Lula para Fernando Haddad, hoje candidato a vice e seu provável substituto na urna. Poucas horas após Lula ser protocolado como candidato no TSE, na quarta-feira (15), a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contestou o registro do ex-presidente sob o argumento de que ele é inelegível por ter sido condenado em segunda instância no caso do tríplex em Guarujá (SP). Nesta quinta-feira (16), Raquel Dodge pediu então para o TSE acelerar o prazo do processo de Lula, e quer que comece a contar, desde já, os sete dias que a defesa tem para se manifestar sobre o questionamento da candidatura. Os petistas, por sua vez, tentarão retardar os prazos, mas os advogados e auxiliares políticos do ex-presidente estavam cientes de que o encaminhamento se daria o mais rápido possível. Segundos eles, a tentativa é deixar Lula fora do horário eleitoral gratuito, que começa em 31 de agosto. 

A campanha oficial deste ano é curta. Serão 51 dias para Haddad circular na difícil seara na qual se construirá como presidenciável ao mesmo tempo em que tentará evitar o esvaziamento do discurso de que o candidato de fato seria Lula. Publicamente, o ex-prefeito afirmou não temer que sua campanha na rua naturalize a ideia, já corrente, de que o ex-presidente não poderá disputar as eleições. Haddad diz que sua missão é transmitir a mensagem do padrinho político enquanto ele estiver preso. "Não há esse temor de esvaziar o discurso de que Lula é o candidato. Ele precisa ter alguém que expresse o seu plano de governo. Não seria justo que ele não tivesse nem o vice podendo enviar sua mensagem para o país", declarou o ex-prefeito pouco antes de ser registrado vice na chapa do PT ao Planalto.

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