sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Justiça aceita pedido de recuperação judicial da Editora Abril

Menos de 24 horas depois do pedido de recuperação judicial do Grupo Abril, que tem dívidas de R$ 1,6 bilhão, ter sido protocolado, a Justiça deferiu a requisição da companhia. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, 16, pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP). O processo, que suspende os pagamentos de dívidas do grupo a credores por 18 meses, incluindo-se funcionários demitidos, abarca todas as empresas do conglomerado de mídia. A Editora Abril é responsável pela publicação de títulos como "Veja", "Claudia", "Superinteressante" e "Exame". O deferimento da recuperação judicial ocorre uma semana depois de realizar uma forte reestruturação de seus ativos, com o encerramento de revistas e um enxugamento de funcionários que deverá atingir um total de 800 vagas. Entre os vários títulos fechados estão revistas das áreas de bem-estar, femininas e arquitetura e decoração. Ao todo, a Abril passou a ter 15 títulos, entre sites e revistas impressas. Em comunicado divulgado na quarta-feira, 15, a companhia informou que o pedido engloba todas as companhias do grupo, incluindo a Dipar Participações e a Tex Courier. "Esse movimento se deve à necessidade do grupo de buscar proteção judicial junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional", diz a direção da empresa, em nota. 

A presidência da Abril está sendo exercida por Marcos Haaland, da empresa de reestruturação americana Alvarez & Marsal, há cerca de três semanas. Com a entrada de Haaland, Giancarlo Civita, neto do fundador do grupo, deixou a presidência do grupo. Ele havia assumido o comando da companhia em março deste ano, após duas trocas de liderança em quatro meses. A Abril vem de um processo de reestruturação que já dura cerca de um ano. Em outubro do ano passado, a empresa Legasi (antiga 44 Capital) começou um processo de cortes com o objetivo de reduzir o endividamento do grupo. O prejuízo da empresa no ano passado foi superior a R$ 330 milhões. Uma das medidas da Legasi foi a mudança da sede da empresa, para reduzir custos.

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