quinta-feira, 9 de agosto de 2018

BNDES quer arrecadar R$ 10 bilhões com venda de participações em empresas

A receita do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com a venda de participações em 2018 será maior que no ano anterior e deve ultrapassar dois dígitos, disse a diretora de mercado de capitais do banco, Eliane Lustosa, nesta quinta-feira, 9. Segundo ela, até agora, o banco já arrecadou mais de R$ 6 bilhões com essas operações. A concretização da venda da Fibria, que acaba de ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), renderá mais R$ 8,5 bilhões. E, mesmo que isso não ocorra esse ano, Eliane Lustosa acredita ser possível atingir o marco. Na última semana, o banco também anunciou que vai desembolsar em 2018 metade do que costumava emprestar por ano nas últimas duas décadas. Atualmente, o BNDES tem cerca de R$ 85 bilhões em participações acionárias. Desse total, aproximadamente R$ 60 bilhões estão alocados em cinco ativos: Petrobras, Eletrobras, Vale, JBS e Fibria, que aguarda apenas a análise de órgãos de defesa da concorrência da Europa e dos Estados Unidos para ser concretizada. Eliane Lustosa não quis dar detalhes sobre as discussões em torno da operação entre Boeing e Embraer, outra participação relevante do banco, que detém cerca de 5% da empresa. Em palestra para o segmento de inovação, no lançamento do Núcleo de Startups da Fundação Getúlio Vargas (Nest/FGV), a diretora lembrou, porém, que a área comercial da empresa brasileira, que está sendo negociada com a americana, nasceu das atividades de Defesa.

Segundo Eliane Lustosa, os detalhes da operação estão em discussão no conselho da Embraer que, se considerar a operação interessante, levará a proposta para apreciação dos acionistas. Ela não disso se há algum prazo para isso acontecer.  O BNDES vai fechar o ano com desembolso de R$ 15 bilhões para o setor elétrico, informou a superintendente da área de energia do banco, Carla Primavera. O valor é maior do que a expectativa do banco no início do ano e um pouco maior do que os R$ 13,4 bilhões de 2017. Segundo a executiva, a carteira total do setor elétrico do banco é da ordem de R$ 150 bilhões, sendo R$ 30 bilhões referentes a projetos eólicos. Dos 13 gigawatts atualmente instalados em energia eólica no País, 12 gigawatts foram financiados pelo BNDES, informou durante debate na nona edição do Brazil Windpower 2018. Normalmente destinados a investidores que participam dos leilões do governo para venda no mercado regulado de energia, os recursos do BNDES agora também estão disponíveis para projetos nos mercados livres e spot, observou Carla Primavera, uma tendência diante do recuo da demanda das distribuidoras devido à recessão econômica.

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