quarta-feira, 18 de julho de 2018

O neocoronel Ciro Gomes chama promotor de "filho da puta" por processá-lo por racismo


Ciro Gomes chamou o vereador paulistano Fernando Holliday, do DEM de São Paulo, de "Capitão do Mato", em uma entrevista feita pela rádio Jovem Pan, quando chamou o vereador Fernando Holiday (DEM-SP) de "capitãozinho do mato". A expressão é altamente depreciativa e tem um cunho histórico bem demarcado. Senhores da oligarquia rural brasileira, notadamente coronéis do Nordeste, utilizaram muito a figura do capitão do mato no período da escravidão. O capitão do mato foi o serviçal de uma fazenda ou feitoria encarregado da captura de escravos fugitivos. Na sociedade brasileira gozavam de pouquíssimo prestígio social e eram suspeitos de sequestrar escravos apanhados ao acaso, esperando vê-los declarados em fuga, para devolvê-los aos donos mediante o pagamento de recompensa. Mais do que isso, geralmente os capitães de mato eram negros que tinham sido alforriados pelos proprietários rurais. Esse era o único tipo de trabalho livre concedido a negros no período da escravidão. Da mesma forma, depois da abolição, quase o único trabalho reservado aos negros era o de policial. Portanto, a expressão não poderia ser mais depreciativa e carregada de preconceito do que foi aplicada pelo neocoronel populista cearense Ciro Gomes. Mas, ele consegue sempre se superar. Agora resolveu dar uma resposta bem atravessada à iniciativa do Ministério Público de São Paulo de processá-lo pela ofensa dirigida ao vereador paulistano Fernando Holliday. Ele disse, durante uma sabatina realizada pela Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) em São Paulo: "Um promotor aqui de São Paulo resolve me processar por injúria racial. E pronto, um filho da puta desse faz isso. Ele que cuide de gastar o restinho das atribuições dele, porque se eu for presidente essa mamata vai acabar". Ciro Gomes é a alegria dos que o processam, porque se encarrega de fornecer provas em abundância com suas manifestações estapafúrdias. 

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