domingo, 24 de junho de 2018

Ex-construtora de Caputo e megalixeira brasileira Solvi ganham contrato de coleta do lixo de Córdoba


Um consórcio formado pela megalixeira brasileira Solvi e a construtora Caputo ganhou o contrato para coleta do lixo de Córdoba, na Argentina. O consórcio se chama UTE - Unión Transitoria de Empresas (UTE), criado pela Vega (empresa do grupo megalixeiro Solvi) e a companhia de Nicolás Caputo, atualmente de propriedade do grupo imobiliário argentino TGLT. Segundo o Decreto 1537/2018 assinado pelo prefeito de Cordoba, Ramón Mestre, o consórcio Vega-Caputo "se encarregará da concessão do serviço público de coleta de lixo na cidade de Córdoba". A licitação entrega um contrato de serviços de 96 meses (oito anos), contados a partir do dia do início dos trabalhos efetivos pelo consórcio, e com opção de prorrogação por mais 18 meses, de acordo com o interesse do governo cordobês. O valor total do contrato supera os dois bilhões de dólares e obriga a UTE a criar uma nova empresa para realizar o serviço, na qual a Vega terá 49% do capital e Caputo os 51% restantes. A ex-construtora do melhor amigo do presidente argentino Mauricio Macri foi comprada pela TGLT em março passado. A empresa adquiriu 82% de Caputo por quase 110 milhões de dólares com o objetivo de criar um gigante imobiliário. A operação inclui o lançamento de um IPO para completar os 100% de capital que a TGLT não pôde alcançar porque a Comissão Nacional de Valores colocou sob investigação a transação. O órgão regulador argentino do mercado acionário questiona o IPO de Caputo porque só recebeu a informação a compra da Caputo após o fechamento do negócio. Além disso, o grupo Solvi é investigado na Operação Lava Jato, no Brasil, e isso é motivo para alertar a Comissão Nacional de Valores. Documentos em posse da Lava Jato comprovam que, entre 2007 e 2009, o grupo Solvi pagou 3, 416 milhões de dólares ao bandido corrupto petista José Dirceu. Além disso, dois dos principais executivos do grupo Solvi, Lucas Feltre e Diego Nicoletti, diretor administrativo e fiinanceiro e o diretor regional respectivamente do grupo, foram presos em Belém do Pará devido a crimes de poluição atmoférica, poluição hídrica, construção de obras potencialmente contaminantes sem licença ambiental e elaboração de um estudo total ou parcialmente falso ou enganoso. O Grupo Solvi tem negócios no Brasil, Argentina, Perú e Bolivia,  onde opera através da Vega, empresa criada em 1997, fruto de uma iniciativa no Brasil da multinacional Suez, de origem francesa. Nasceu com o nome de Vega Engenharia Ambiental SA para realizar operações de coleta de lixo doméstico, de limpeza em estabelecimentos de saúde, em aeroportos e indústrias. Em dezembro de 2012 ganhou o serviço de coleta de lixo de Cordoba por sete anos também por meio de uma UTE em sociedade com Caputo. As duas empresas derrotaram a Cliba, do Grupo Roggio, para ficar com um contrato de limpeza da zona norte da capital de Santa Fe pelo valor de dois bilhões, operando por meio de uma empresa controlada chamada Limp-Ar Rosario, na qual a Vela tem 60% do capital e Caputo os restantes 40% . 

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