Os bancos públicos devem ter função social, diferentemente dos bancos privados, afirmou nesta segunda-feira (9) o presidente Michel Temer. Na visão de Temer, os bancos privados contribuem para o desenvolvimento econômico, o que indiretamente tem efeitos positivos sobre a área social, porém cabe aos públicos responsabilidade distinta. “Os públicos, afora o desenvolvimento econômico do país, também devem perseguir a questão social. Por isso o 'S' do BNDES”, disse. É uma tremenda falsidade o que diz Temer, bancos públicos nem deveriam existir, bancos públicos só servem para ser assaltados por políticos bandidos e empresários salafrários em conluio com a bandidagem política.
Temer se referia a investimentos em educação e segurança pública e mencionou diretamente a linha de crédito aberta pelo banco para a segurança pública, que tem como meta liberar R$ 5 bilhões aos Estados neste ano. Essa linha é eminentemente política. A afirmação foi feita na posse do ex-ministro Dyogo Oliveira no comando do BNDES, evento que contou com a participação de outros dois potenciais candidatos à Presidência, Henrique Meirelles, que deixa o Ministério da Fazenda, e Paulo Rabello de Castro, que sai do BNDES. Ambos pretendem concorrer à Presidência nas eleições deste ano, além do próprio Temer. Dyogo é o terceiro presidente do BNDES desde que Michel Temer assumiu a Presidência, há quase dois anos (em maio de 2016), após o impeachment da mulher sapiens petista Dilma Rousseff. Em sua posse, ele prometeu acelerar a análise do banco para a concessão de empréstimos, que leva, em média, seis meses. “Com um diferencial entre a taxa de juros Selic e a taxa cobrada pelo banco não tão expressivo, o diferencial será a velocidade”, disse Dyogo: “O BNDES precisa desenvolver produtos mais rápidos". Durante seu período como ministro, disse ele, ajudou a elaborar a linha de crédito para capital de giro do BNDES, que é liberada em 24 horas e foi citada como exemplo de agilidade. Em seu discurso, o novo presidente do BNDES afirmou que o banco terá que se reinventar num cenário de maior contenção fiscal. “Será diferente, não será nem maior, nem menor, será diferente. No passado, BNDES era o único financiador de infra, não é mais assim”, disse. “Temos que rumar para novos horizontes, novas formas de contribuir para o crescimento”.
Na viagem ao Rio de Janeiro, Temer voou com representantes de sua equipe política – o ministro Carlos Marun (Articulação Política) e o líder do governo no Senado, Romero Jucá, que tem influência sobre o Ministério do Planejamento e BNDES. Também acompanharam o presidente os interinos da Fazenda e do Planejamento, Eduardo Guardia e Esteves Colnago, além de Henrique Meirelles. Apesar das mudanças na equipe econômica, Dyogo disse acreditar que a estratégia é a mesma. “Essa é uma equipe nova, que é a mesma de antes. Mesmo time, mesma ideia, todo mundo mantendo a atuação”, afirmou.
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