segunda-feira, 12 de março de 2018

O grupo lixeiro Estre, do megalixeiro Wilson Quintella Filho, investigado na Lava Jato, luta pelo contrato de Brasília


Último desdobramento da Lava Jato, a Operação Descarte da Polícia Federal acertou em cheio o consórcio Soma, que tem entre seus consorciados a empresa Cavo, com 82% de participação. A Cavo pertence ao grupo lixeiro Estre, do megalixeiro Wilson Quintella Filho, o qual é investigado na Operação Lava Jato por desvios de recursos da Petrobras e pelo pagamento de propinas. Desde outubro do ano passado, a Cavo tenta abocanhar o contrato de coleta do lixo na capital federal. A empresa ingressou na Justiça para evitar que sua concorrente Sustentare continuasse a operação no Distrito Federal. Wilson Quintella Filho, a bordo de seu jatinho Phenom Embraer, em nome da Cavo, chegou a conseguir o bloqueio de parte do pagamento do contrato emergencial conquistado pela Sustentare. A Justiça considerou o repasse exagerado, porque era maior do que a proposta feita pela Cavo, embora os serviços oferecidos fossem semelhantes.  Com a operação deflagrada na quinta-feira (1/3), a Cavo de Wilson Quintella Filho ficou em uma situação delicada, já que tem em seu encalço a Polícia Federal e a Receita Federal. 

A Estre foi invadida pelos policiais federais, assim como o apartamento de Wilson Quintella Filho, em São Paulo, com ordem judicial, para busca e apreensão de documentos e arquivos. O megalixeiro Wilson Quintella Filho foi alvo de um pedido de prisão preventiva da Polícia Federal, mas a juíza que atua no caso não concedeu o pedido. Os investigadores apuram esquema de lavagem de dinheiro estruturado com base em empresas de fachada comandadas por laranjas. A Cavo, da Estre, que quer abocanhar o contrato de coleta de Brasília, é acusada de participar de um majestoso esquema de corrupção na limpeza pública em São Paulo. Essa mesma Cavo é a dona do aterro sanitário de Fazenda Rio Grande, perto de Curitiba, e dona do contrato de limpeza pública da capital paranaense, recolhendo o lixo da cidade e de outros cerca de 20 municípios da região metropolitana do Paraná. A Cavo, da Estre, exerce um verdadeiro monopólio do lixo no Paraná. Wilson Quintella Filho pagou para que prefeito, secretário municipal e vereadores de Glorinha, viajassem ao Paraná, com tudo pago, para conhecer o aterro de Fazenda Rio Grande. 

Ele queria montar um monumental aterro em Glorinha, na região metropolitana de Porto Alegre, a menos de 40 quilômetros da capital gaúcha, com duas monumentais valas, uma para resíduos domiciliares, com capacidade para recepção de até 3.000 toneladas dias, e outra para recepção de até 2.500 toneladas dia de resíduos industriais perigosos. A área escolhida fica dentro da Área de Proteção Ambiental do Banhado Grande. Tudo indica que o negócio foi montado ficcionalmente, como um meio de incrementar os ativos do patrimônio do Grupo Estre na negociação de venda do controle do mesmo para os investidores americanos do Fundo Boulevard, pertencente ao Fundo Capital Invest, de Nova York, lesando os compradores de ações da nova empresa derivada, a Estr, cotada na Nasdaq. Nos últimos dias, as ações deste empresa já tiveram fortes perdas em face das notícias da investigação da Polícia Federal sobre fraudes nos contratos da Estre na limpeza pública em São Paulo.  

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