segunda-feira, 12 de março de 2018

Ministério Público descobre novo duto de despejo criminoso da rejeitos da Hydro, empresa estatal da Noruega, no Pará


Um novo canal de despejo não autorizado foi descoberto pelo Ministério Público do Pará, na última sexta-feira (9), após uma vistoria realizada nas dependências da Hydro Alunorte, em Barcarena, nordeste do Estado. A Hydro é uma empresa que tem controle acionário do governo hipocrita e cínico da Noruega. O Ministério Público Federal notificou a empresa nesta segunda-feira para que faça em até 48 horas a vedação do canal. No final de fevereiro, o Tribunal de Justiça do Pará já havia determinado que a norueguesa criminosa ambiental Hydro reduzisse sua produção em Barcarena em 50% e embargou uma bacia de rejeitos da empresa. A empresa terá que, no prazo estabelecido, vedar com concreto a comporta de lançamento de efluentes ao canal, também eliminar a comporta de interligação dos canais de escoamento da “água branca” com a “água vermelha”, realizar correção das manilhas nos trechos das tubulações que conduzem rejeitos, além de fazer a reparação de buracos localizados no entorno da contenção de efluentes.

De acordo com a promotora Elaine Moreira, foi apurado que o canal seria utilizado em situações de grandes chuvas para despejar efluentes sem tratamento diretamente no rio Pará, sem autorização do órgão ambiental e nem da Agência Nacional de Águas (ANA). “Tais circunstâncias representaram indícios graves que apontam para a irregular operação do mencionado canal, com o objetivo de lançar efluentes não tratados no Rio Pará, sem licença ambiental e em desvio de finalidade da outorga conferida pela ANA”, enfatizou Eliane Moreira.

Ainda de acordo com a vistoria, foi apurado que o canal operou no dia 17 de fevereiro quando aconteceu o vazamento, também no dia 19 de fevereiro e durante todo o ano de 2017. Além do Ministério Público do Pará, participaram da vistoria representantes do Instituto Evandro Chagas, o Centro de Perícias Renato Chaves e o Instituto de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama).


Esta não é a primeira vez que a criminosa ambiental norueguesa Hydro é notificada sobre a existência de vazamentos em uma de suas bacias. No dia 28 de fevereiro o executivo da refinaria Hydro, Silvio Porto, reafirmou que não houve vazamento das bacias que acumulam os rejeitos da bauxita e considerou que “um pequeno fluxo de água da chuva” saiu da empresa por uma tubulação que estava em desuso para o meio ambiente. Ele ainda enfatizou que o material não tinha potencial de contaminação. O executivo ainda afirmou que a empresa vai acatar a decisão do Tribunal de Justiça sobre a redução em 50% da produção. “Nós estamos acatando a redução imposta pra nós e continuamos trabalhando muito forte para manter a estabilidade do nosso processo e seguir a operação de maneira segura para os nossos funcionários e a comunidade onde nós operamos”, afirmou o vice-presidente.

Após o vazamento que causou impactos ambientais e danos à saúde da população de Barcarena, no nordeste paraense, a empresa criminosa ambiental norueguesa Hydro Alunorte será investigada por uma força tarefa do Ministério Público Federal e do Estado do Pará. A força tarefa tem como objetivo investigar os danos, indenização das vítimas e reparar os danos, além de analisar e qualificar aspectos e questões referentes aos impactos sociais e ambientais decorrentes do vazamento de materiais, resíduos e rejeitos químicos das atividades da Hydro.

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