terça-feira, 13 de março de 2018

Justiça gaúcha nega prisão domiciliar para a madrasta Graciele Ugolini, que matou seu enteado Bernardo Boldrini



A justiça do Rio Grande do Sul negou, nesta segunda-feira (12) o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa de Graciele Ugulini, madrasta do menino Bernardo Boldrini. Ela é acusada de assassinar o enteado com a ajuda de outras três pessoas, em abril de 2014, no município de Frederico Westphalen, no Norte do Estado. O pedido foi feito com base na decisão do Supremo Tribunal Federal, que autoriza presas gestantes ou mães de filhos com até 12 anos sem condenação a cumprirem a pena em casa. A Promotoria de Justiça de Três Passos já havia se manifestado contrária ao pedido, o que foi também foi colocado na decisão do Diego Dezorzi, da 1ª Vara Judicial da Comarca de Três Passos. "A ré está presa preventivamente e foi pronunciada, juntamente a outras três pessoas, pela prática de crime cometido mediante violência (homicídio quadruplamente qualificado) e contra o enteado, fato grave e que esbarra nos limites da ordem definidos pelo STF", destaca o magistrado em sua decisão.

Assim como já havia entendido o Ministério Público, Dezorzi ressaltou que a ré sequer tem a guarda da filha de cinco anos, que está sob a responsabilidade da tia materna, e teve suspenso liminarmente o poder familiar sobre a menina. Além disso, o juiz ressaltou que embora Bernardo Boldrini não fosse descendente de Graciele, ela era responsável pelo menino. "A ré, ao lado de Leandro, exercia o dever legal de zelar pelo bem-estar, segurança, cuidado e proteção da vítima, a qual convivia sob o mesmo teto, equivalendo-se, portanto, à condição de filho da acusada", diz trecho da decisão.

O juiz enfatizou, ainda, que a acusada possui índole violenta e poderia, em razão também dos conhecimentos técnicos que possui por ser enfermeira, voltar-se contra desafetos e praticar outros delitos. Além de Graciele, são réus no processo sobre a morte de Bernardo Boldrini o pai do menino, o médico Leandro Boldrini, e os irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz. Em agosto de 2015, o juiz Marcos Luís Agostini sentenciou os quatro a julgamento popular. Ainda não há data para que isso aconteça.


No dia 4 de abril de 2014, Bernardo Boldrini, então com 11 anos de idade, foi dado como desaparecido. Dez dias depois, o corpo do menino foi encontrado envolto em um saco plástico e enterrado em um buraco na área rural de Frederico Westphalen, no Norte do Rio Grande do Sul. Segundo a investigação da Polícia Civil, ele morreu em razão de uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia aplicaram o medicamento que levou o garoto à morte. Depois, as duas receberam a ajuda de Evandro para cavar a cova e ocultar o cadáver. A denúncia do Ministério Público ainda apontou que Leandro Boldrini foi o mentor do crime.


Leandro Boldrini se formou em Medicina na Universidade Federal de Santa Maria, notabilizada pelas barbaridades que lá ocorrem. Testemunha declara que ele tinha atitudes muito estranhas, entrava no bloco cirúrgico e operava pacientes interminavelmente. Os pacientes do SUS eram "costurados" de maneira precária, só porque eram do SUS. 

Nenhum comentário: