terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Petrobras quer pagar bônus por meritocracia; o maior mérito da corporação é o primeiro lugar mundial em corrupção

A Petrobrás vai dar mais um passo para implementar a cartilha da meritocracia no dia a dia dos seus funcionários. Em linha com o que manda o guru brasileiro de gestão de empresas dos anos 1990, Vicente Falconi (sócio do barão do aço Jorge Johannpeter, o pai da escolinha de liberalismo e o mesmo que viveu em abraço siamês com a organização criminosa petista durante 15 anos), e com exemplos de sucesso do setor privado, como da cervejaria Ambev, a estatal quer estimular a performance dos seus profissionais. Para isso, está disposta a pagar bônus por desempenhos individuais de empregados, a criar um banco de talentos interno e a alterar o seu plano de cargos e salários. Um comitê multidisciplinar ainda vai ser criado para zelar pela integração dos diferentes setores da companhia. A principal função do grupo vai ser mapear os principais problemas de cada área e encontrar soluções rápidas, ainda que impopulares. O maior mérito da corporação Petrobras foi ter produzido uma corrupção campeã mundial, nunca antes vista igual no País e no mundo. O guru que inspira isso, o barão do aço Jorge Gerdau Johannpeter, é o mesmo que aprovou a compra de uma lata velha enferrujada, a refinaria de Pasadena, apenas para que a estatal promovesse mais propinas. 

As mudanças foram comunicadas pelo diretor de Assuntos Corporativos, Eberaldo de Almeida Neto, que assumiu o cargo no fim de janeiro, no lugar de Hugo Repsold, atual diretor de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia. Em carta direcionada aos funcionários divulgada na intranet, ele afirma que a companhia ainda tem que avançar bastante em dois temas essenciais para o seu futuro: "a integração e o mérito": "Temos de acelerar esse processo, de forma a intensificar o aumento da eficiência". Na verdade, em vez de prêmio, a corporação estatal da Petrobras deveria ser penalizada em seus salários, como multa, no mínimo durante uma década, pela gigantesca roubalheira que ocorreu em seus negócios. É simplesmente impossível que ocorra a roubalheira que aconteceu sem que muita gente na corporação não percebesse o que estava acontecendo. Almeida Neto diz ainda que "recompensar o mérito da força de trabalho é uma função central do RH (Recursos Humanos) e um compromisso de toda diretoria executiva". Os funcionários da Petrobras não merecem prêmio, mas castigo. 

O comunicado não agradou a Federação Única dos Petroleiros (FUP), organização comuno-petista, representante dos empregados, que interpreta as medidas como um retrocesso a um modelo de gestão adotado no governo do ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, na década de 1990. Coordenador-geral da entidade, José Maria Rangel afirma que o pagamento de bônus por desempenho já foi adotado no passado, mas caiu por pressão dos sindicatos. Esse sindicato ficou absolutamente quieto antes e depois da roubalheira promovida pela organização criminosa petista. 

"Os sindicatos compreendem que o sucesso da empresa depende de uma ação conjunta dos funcionários e que as compensações por metas atingidas devem acontecer por meio do PLR (participação nos lucros e resultados)", afirmou Rangel. Não tem que ter prêmio de qualquer monta para os funcionários, tem que ter multa. A comuno-petista FUP negocia com a diretoria dos critérios de distribuição do PLR. A empresa que substituir objetivos operacionais por financeiros, mais difíceis de serem alcançados nesse período de crise, segundo a federação.

Hoje, qualquer promoção ou aumento de salário depende da vontade dos chefes. No futuro, com a adoção de um banco de talentos, a petroleira vai adotar "critérios claros para sucessão com base no mérito e amplo acesso" e o novo plano de cargos e salários que será discutido neste ano também deve dar mais mobilidade aos funcionários, como informou o diretor de Assuntos Corporativos no comunicado aos funcionários.

Especialista pela FGV Ebap (Fundação Getúlio Vargas/Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas), Carmen Miguelis diz que um dos efeitos da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, foi tornar excessivos os sistemas internos de controle das empresas envolvidas. Além disso, aponta ela, é comum no Brasil os funcionários conviverem em ambientes de grande lacuna hierárquica - entre as lideranças e o pessoal de base - e também de desconfiança interna, que "contribuem para que os melhores indivíduos não apareçam". Não tem jeito, a Petrobras tem que caminhar com urgência para a privatização. Esse é o único antídoto contra a corrupção. Estatais são atavicamente corruptas. 

Nenhum comentário: