terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

Operação Bereré analisa documentos sobre esquema de desvios no Detran do Mato Grosso, mais uma vez não investigam os bilionários CFCs

A Polícia Civil e o Ministério Público de Mato Grosso continuam as investigações sobre desvio de recursos no Departamento de Trânsito (Detran) do Estado. De acordo com a apuração, cerca de 90% do valor da cobrança por serviços de cadastro e informatização de dados eram repassados a uma organização criminosa que atuou no esquema entre 2009 e 2014. Policiais e promotores analisam documentos coletados durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão executados nesta segunda-feira (19). O Ministério Público chegou a pedir a prisão temporária dos acusados, mas o pedido foi negado pela Justiça. Ainda não há um cálculo sobre o total desviado, mas os promotores afirmam que o esquema de corrupção era milionário e envolvia cerca de 50 pessoas, com diferentes atribuições.

Os líderes do esquema, segundo a investigação, eram os deputados estaduais Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa do Estado, e Mauro Savi, ambos do PSB. Hoje (20), Savi negou qualquer envolvimento no esquema durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que ele preside e que apura desvios nos fundos do governo. Também nesta terça-feira, Botelho negou envolvimento com o esquema denunciado na Operação Bereré. O presidente da Assembleia Legislativa reconheceu, no entanto, que foi sócio de umas empresas beneficiadas até 2012 e sabia das irregularidades. 

“Em julho de 2012 eu realmente saí porque eu estava sentido, sabia que estava errado isso, e não estava me sentindo bem. Infelizmente eu demorei a sair, devia ter saído naquele momento. Foi um erro que cometi na minha vida. Reconheço esse erro que vem me atormentando”, admitiu. O ex-deputado federal Pedro Henry também é acusado de fazer parte do núcleo de liderança do esquema, mas acusa os denunciantes de darem informações falsas e superficiais. Os principais delatores são o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, e o ex-diretor do Detran do Estado, Teodoro Lopes. Ambos também são apontados como integrantes do núcleo de liderança.

No Mato Grosso, como no Rio Grande do Sul, quando aconteceu a Operação Rodin (operação político-policial comandada pelo peremptório petista Tarso Genro), deixaram de investigar o multibilionário setor da certificação de motoristas, os famigerados CFCs (Centros de Formação de Condutores). 


Um comentário:

boldras disse...

esse pais não mais jeito estamos ferrados mais parabens vitor vieira pelo seu jornalismo honesto e bem feito