terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Senador Roberto Requião diz que Congresso Nacional tem "dois terços de ‘ladrões"


O senador Roberto Requião (MDB) afirmou, em vídeo postado no fim de semana no Facebook, que “dois terços” do Congresso Nacional é formado por parlamentares “corruptos”, que são “comprados pelo governo” para aprovarem medidas impopulares contrárias ao interesse público. A afirmação foi feita como parte de uma crítica de Requião ao coordenador da força-tarefa da operação Lava Jato, procurador federal Deltan Dallagnol. 

“Doutor Dallagnol é um homem de sorte. Ele sabe que existe mesmo no Congresso Nacional um bando de vigaristas, de ladrões do patrimônio público. Algo como dois terços do plenário, eu diria”, diz o senador. “Todos comprados pelo governo para fazer passar suas emendas, e no caso desse liberalismo econômico, ‘Ponte para o Futuro’, leis infames que ofendem o interesse dos trabalhadores, da CLT, da aposentadoria, e da soberania brasileira, como é o caso da entrega, por exemplo, do petroleo, e posteriormente a isenção da cobrança de impostos em relação às pretroleiras”, afirma Requião.

“Essa maioria permite ao promotor Dallagnol generalizar os insultos sem risco de tomar pela frente um processo criminal. Com isso ele pode ignorar, olimpicamente, a existência de centenas de políticos, milhares de políticos, que dedicaram a sua vida inteira à defesa do interesse público”, afirma o senador, para em seguida defender o projeto que prevê punições contra o abuso de autoridade por parte de agentes públicos, incluindo integrantes do Ministério Público e do Judiciário.
Desvios - Na fala, Requião afirma que sempre apoiou a Lava Jato e reconheceu a importância do que a operação fez para o País, mas que não concorda com o que chama de “desvios” da operação. “Diz o procurador Dallagnol que todos os prefeitos, ou praticamente todos os prefeitos, governadores e políticos são corruptos, pois só defendem seus interesses pessoais e não os interesses públicos. Acontece, Dallagnol, esses políticos, notadamente os parlamentares, são os mesmos que deram a vocês, a você Dallagnol, aos promotores de todo o Brasil, o poder absoluto de insultá-los sem que sejam por isso responsabilizados. Insultá-los de modo a não pagar nada pelos insultos muitas vezes gratuitos de que são vítimas”, afirma o senador.

Segundo Requião, a operação Lava Jato “tirou a tampa da caixa, mostrou a corrupção em boa parte da política, do sistema”, mas também colaborou para o desmonte de políticas sociais. Ele aproveitou para criticar o auxílio-moradia e outros benefícios recebidos por membros do Ministério Público, magistrados e pelos próprios políticos. “Doutor Dallagnol não percebe que esse processo de corrupção das elites atinge a ele mesmo. Atinge a todos, os parlamentares, os salários, os nossos salários, o meu salário é desproporcional ao salário do trabalhador que está construindo o Brasil. Auxílios-residências e outras séries de artifícios que vão inchando e estourando o famoso teto constitucional”.

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