sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Estas são as 22 provas que levaram à condenação do bandido corrupto petista Lula pelo triplex do Guarujá

São documentos, depoimentos e até mensagens de Whatsapp que foram usados no caso do triplex. E conheça os argumentos de Lula para contestar a acusação. A matéria é do jornalista Filipe Coutinho, do site Buzz Feed, que atua em Brasília. É um resumo devastador do julgamento e condenação definitiva do bandido corrupto e chefe da organização criminosa petista, Lula, escrito de maneira muito bem organizada e didática por Filipe Coutinho. Leia e memorize, para derrubar os argumentos vagabundos dos petistas.

Pelo menos 22 provas foram usadas no processo do triplex que levou à condenação do ex-presidente Lula pelo juiz Sergio Moro e ao aumento de pena no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em decisão unânime desta quarta-feira (24). Em resumo, Lula foi condenado por receber um apartamento triplex, reformado e equipado, como forma de propina da empreiteira OAS, que usou dinheiro desviado da Petrobras para bancar essas vantagens ao ex-presidente. O ex-presidente diz que foi condenado por um imóvel do qual nunca foi o proprietário.

O ex-presidente chegou a pagar parcelas de um apartamento menor no mesmo prédio, mas a OAS, como forma de propina, segundo a acusação, destinou a ele a cobertura - sem cobrar nada. Esse são os fatos imputados a Lula pela acusação. Lula nega as suspeitas e disse que, sim, chegou a cogitar comprar a cobertura, mas não gostou e desistiu do negócio. Ele deu como exemplo que só poderia usar o apartamento na praia em "dia de finados e se estivesse chovendo". Lula também disse que o imóvel não agradou e não tratou mais com a OAS sobre o triplex.

"Mas eu fiz todos os defeitos que tinha que fazer no apartamento, e o Léo disse exatamente 'Eu vou pensar numa proposta e te faço', e nunca mais eu conversei com o Léo sobre o apartamento", disse Lula em depoimento. O TRF-4, por sua vez, seguiu o Ministério Público e entendeu que o imóvel era destinado ao petista e que ele só não passou a usá-lo porque a Lava Jato prendeu o presidente da OAS, Léo Pinheiro.


Essas são as 22 provas usadas para fundamentar a tese da acusação, acolhida pela Justiça, sobre o triplex.

1 - A construção do prédio pela OAS foi precedida de uma obra do banco Bancoop, que não conseguiu arcar sozinho com o negócio. Essa planilha apreendida na sede do banco mostra que a unidade 174 era a única reservada.

Lula disse em seu depoimento que esse documento era do banco e caberia à instituição explicar. "Só tem alguém que pode responder, que é a Bancoop". 

2 - Essa mensagem, de 2012, já apontava que a OAS tinha que ter atenção especial a essa cobertura (o número passou de 174 para 164).


Lula em seu depoimento disse que não poderia responder por conversas de terceiros.

3 - Esse documento rasurado - Apreendido na casa de Lula, essa proposta de aquisição do imóvel foi periciado e descobriu-se que houve uma rasura grosseira para substituir a cobertura (174) pelo apartamento normal (141), que Lula chegou a pagar prestações.


Em seu depoimento, Lula disse que desconhecia. "Eu também gostaria de identificar quem rasurou".

4 - Já esse documento mostra que, apesar da cobertura estar reservada, o contrato era para uma unidade normal, de número 141.


Lula disse que isso é diferente de ter um apartamento. "Cota não é o imóvel, o documento não diz imóvel, o documento fala em cota. Era, simplesmente, a minha mulher resolveu comprar uma cota da cooperativa Bancoop, e comprou".

5 - Com a obra sendo tocada pela OAS, a numeração dos apartamentos foi trocada. E a unidade do contrato de Lula passou a ser 131. Essa escritura mostra que a OAS vendeu para outra pessoa esse apartamento, em agosto de 2014. Para a acusação, isso mostra que Lula pagou por um apartamento normal, mas que na verdade para ele sempre foi destinada a cobertura.



Lula disse que não tinha o apartamento. "Doutor Moro, como eu não requisitei apartamento e não recebi apartamento, eu não tinha porque ser informado".

6 - Imposto de renda - Lula declarava em seu imposto de renda “cotas” para comprar a unidade 141, aquela que já tinha sido vendida em agosto de 2014.


Lula afirma que isso contraria a a acusação do triplex. "Como é que alguém pode imaginar em sã consciência, doutor Moro, que um cidadão compra um apartamento que vale 10 e depois declarou no imposto de renda 5 anos seguidos, e depois aparece um apartamento que vale 20 sem nenhuma explicação".

7- Essa reportagem de O Globo - Em 2010, a matéria falava que Lula tinha uma cobertura no Guarujá. E a informação foi confirmada pela assessoria do presidente.
Nesse depoimento ao juiz Sergio Moro, Lula coloca a culpa no Ministério Público, mesmo que na época não existisse o processo.

Juiz Federal:- Mas a questão que eu coloco, senhor ex-presidente, porque essa questão do triplex, pelo que o senhor afirma aqui, ela teria surgido somente em 2013, segundo o senhor, o senhor tem ideia como um jornalista lá em 2010, do O Globo, poderia ter feito uma matéria se referindo a essa cobertura triplex que o senhor iria ficar nesse mesmo local, nesse mesmo prédio?

Luiz Inácio Lula da Silva:- Porque deve ser uma invenção do Ministério Público.

Juiz Federal:- Mas em 2010 nem tinha processo.

Luiz Inácio Lula da Silva:- É isso.

Juiz Federal:- Nem tinha processo disso.

Luiz Inácio Lula da Silva:- Sei lá quando, fazer invenção faz em qualquer momento, ilações se faz em qualquer momento, a verdade é o seguinte, doutor Moro, eu vou repetir, eu não solicitei, não recebi, não paguei nenhum triplex, e não tenho.

8 - Esse documento apreendido na OAS é datado de 2012 e já colocava a unidade que Lula tinha começado a pagar como livre para a venda, enquanto a cobertura não estava disponível.

9 - A visita - Essa foto mostra Lula, acompanhado do presidente da OAS, visitando a cobertura, em fevereiro de 2014. A imagem foi publicada pela primeira vez pelo Jornal Nacional. O ex-presidente diz que foi ao local porque a empreiteira queria vender o imóvel. A acusação diz que ele foi para acertar a reforma. Houve ainda uma segunda visita, de dona Marisa, em agosto de 2014.


Lula admite o encontro, mas disse que não a conversa não avançou. "Eu tratei do triplex com o Léo uma vez que ele foi no Instituto dizer que eu tinha que visitar e o dia que eu fui visitar o prédio. Nunca mais tratei de triplex, nem de quadruplex". Diz também que não gostou do imóvel: "Na verdade no dia que eu fui ver eu me dei conta de que não era possível que eu tivesse um apartamento na Praia das Astúrias, naquele local, eu não teria como visitar a praia. Segundo: o apartamento era muito pequeno para uma família de cinco filhos, oito netos, e agora uma bisneta". 

10 - Esse depoimento de Roberto Moreira, funcionário da empreiteira, fala duas coisas relevantes: que o imóvel era destinado ao ex-presidente e que a OAS passou a fazer reformas após a visita de Lula.

"Eu soube ao final de 2013 que a dona Marisa Letícia tinha uma cota dessa unidade 141 e que a unidade 164 do triplex estava reservada para a dona Marisa e o ex-presidente. Depois dessa visita eles foram embora, eu ainda permaneci no Guarujá junto com o Igor, e tempos depois, semanas depois, o Fábio me chamou na sala dele e pediu para fazer algumas adequações, alguma reforma no apartamento, que inicialmente fizesse um projeto, fizesse um orçamento, apresentasse para ele para que fosse feito no apartamento".

11 - O depoimento do porteiro José Afonso Pinheiro, zelador do condomínio.

"Sim, todos sabiam lá que o apartamento pertencia ao ex-presidente Lula, inclusive até os condôminos sabiam também que era dele o apartamento, sempre houve esse comentário lá".

12 - Essa foto é de uma caixa apreendida em 2016 num imóvel que armazena pertences de Lula do tempo que era presidente. A acusação entende que, por estar escrito praia, o destino final seria o imóvel do Guarujá.
Lula afirmou que "praia" não significa, necessariamente, Guarujá. "Eu nunca abri uma caixa, nunca visitei o acervo, não sei o que tem dentro, e portanto se a Polícia Federal foi no sindicato e abriu essas caixas poderia ter dito, é isso, é isso. O fato de estar escrito praia é porque eu ia na praia quando eu era presidente. Eu ia na praia, eu ia em (inaudível), na praia da Marinha, eu ia em Marambaia, eu ia lá no Forte Alcântara no Guarujá. Então não quer dizer nada".

13 - A reforma no triplex foi bancada pela OAS e feita pela empresa Tallento. Aqui está o documento.

Sobre as provas relacionadas à reforma, cozinha e outras melhorias (abaixo), Lula disse que a OAS fez porque queria vender o apartamento. "Eu estou dizendo que ela, se estava fazendo aquela reforma com as críticas que eu fiz, é porque ela queria vender o apartamento, acontece que ao mesmo tempo em que ela diz que o apartamento era reservado para mim, eu vi aqui depoimento dizendo, ela colocou esse apartamento como hipoteca em vários momentos da sua transação". Lula também nega que tenha pedido qualquer reforma.

14 - Nesse depoimento, uma funcionária da Tallento disse que presenciou dona Marisa tratando diretamente da obra. O dono da empresa também confirmou essa informação.


Lula disse que não tratou de reforma com Marisa. "Não, não relatou e lamentavelmente ela não está viva para perguntar".

15 - Já essa nota fiscal mostra a Talento comprando um elevador após a visita de dona Marisa.


Lula, por sua vez, critica essa acusação e disse que nada tem a ver com essa compra. "Será que alguém de bom senso nesse País imagina que eu ia pedir um elevador num apartamento que não era meu e deixar de pedir para fazer no apartamento, no prédio que a dona Marisa morava há 20 anos e que tomava remédio todo santo dia, quer dizer, é no mínimo, é no mínimo, doutor, cumprir o ditado de que “Quem conta uma mentira passa a vida inteira mentindo para justificar a primeira mentira”.

16 - Já essa nota fiscal mostra a OAS comprando eletrodomésticos, também depois da última visita. Ela está em nome de Mariuza Marques, funcionária da empreiteira.

17 - E esse depoimento da própria Mariuza fala que era para a cobertura de Lula.

Defesa:- Em relação à compra feita na Fast Shop, quem pediu a senhora que fizesse essa compra, participasse dessa compra?

Depoente:- Eu não fiz a compra, só pediram que eu recebesse os eletrodomésticos, eu estaria lá, eu não faço parte do processo de compra.

Defesa:- A senhora não participou, especificamente desse processo de compra a senhora não participou?

Depoente:- Não, somente recebi os eletrodomésticos na unidade.

18 - Tem ainda uma cozinha planejada. Essa cozinha é importante porque a Kitchens também foi contratada para fazer outro imóvel. Era um sítio de Atibaia, também frequentado por Lula. Para a procuradoria isso mostra que a cobertura era destinada ao ex-presidente, uma vez que as duas obras foram contratadas na mesma época. Esse depoimento de Mário Amaro, da Kitchens, explica isso.

"Foi na mesma época, primeiro foi a do sítio e depois a do triplex, mas foi pouco tempo de uma pra outra".

19 - Esse Whatsapp é de fevereiro de 2014, próximo à visita de Lula. É de Léo Pinheiro, presidente da OAS, para outro executivo. Eles falam sobre a obra do Guarujá e citam o “chefe” e a “madame”, que seriam Lula e Marisa.


Tanto nesse caso como de Bittar, que está abaixo, Lula deu a mesma explicação: não poderia comentar conversas de terceiros. "Eu não posso responder, doutor, eu não posso responder por e-mails ou por telefonemas entre terceiros, doutor, eu aqui posso muito responder pelo que eu fiz ou pelo que eu não fiz".

20 - Esse outro Whatsapp cita um amigo de Lula (Fernando Bittar) e a aprovação por parte da “Dama” do projeto do Guarujá.


21 - Já essa mensagem de Léo Pinheiro manda um executivo abrir um centro de custo para Lula (Zeca Pagodinho) na praia.


Lula disse que desconhece essa conversa. "Você sabe que no depoimento do Léo quando eu ouvi ele falar Zeca Pagodinho eu até gostei porque eu gosto muito do Zeca Pagodinho, e fiquei sabendo no depoimento porque ele nunca me falou que me chamava de Zeca Pagodinho, mas não houve essa conversa comigo, se houve entre eles é problema deles".

22 - Por fim, há o depoimento de Léo Pinheiro. Ele era o presidente da OAS e era quem tratava com Lula de projetos de interesse da empresa. Foi ele quem levou o ex-presidente na visita ao Guarujá.

Léo Pinheiro tentou, sem sucesso, uma delação premiada. Não conseguiu, mas mesmo assim colaborou com o processo, na condição de réu confesso. Ele foi condenado junto com Lula. O dirigente da OAS confirmou as acusações do Ministério Público. "O presidente Lula não me perguntou, o João Vaccari, quando eu mostrei a ele as dívidas que nós tínhamos a pagar para o João Vaccari de pagamentos indevidos dessas obras e o gasto que nós estávamos tendo em cada empreendimento, que ele me pediu inclusive que no caso do triplex eu procurasse saber do presidente, eu estive com o presidente, o presidente foi no apartamento para dizer o que eles queriam, porque eu não tinha ideia de quanto ia gastar, quando dona Marisa e o presidente estiveram no apartamento, e nós fizemos o projeto, nós tivemos quantificado, eu levei para o Vaccari e isso fez parte de um encontro de contas com ele, o Vaccari me disse naquela ocasião que, como se tratava de despesas de compromissos pessoais, ele iria consultar o presidente, voltou para mim e disse 'Tudo ok, você pode fazer o encontro de contas', então não tem dúvida se ele sabia ou não, claro que sabia".

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