terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Diretores da lixeira Grupo Solvi (Revita, CRVR, Vega) continuam presos no Pará por crime ambiental em aterro da Marituba


Todos os citados na Operação Gramacho, da Polícia Civil do Pará e do Ministério Público do Estado, de combate a crimes ambientais no Aterro Sanitário de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, já foram apresentados em audiência de custódia e tiveram a prisão preventiva mantida. Nelas, o Ministério Público do Estado do Pará solicitou a manutenção das prisões preventivas - o que foi deferido pelo juízo. Diego Nicoletti, diretor Norte e Nordeste da empresa Guamá Resíduos Sólidos que opera o aterro (subsidiária do Grupo Solvi, criada especialmente para esse empreendimento), e Lucas Rodrigues Feltri, diretor de operações da empresa, foram presos na quarta-feira, 6, tiveram audiências na quinta-feira, 7, e estão presos por decisão judicial no Centro de Recuperação Coronel Anastácio das Neves (CRCAN), localizado no Complexo Penitenciário de Santa Izabel.

Já Lucas Dantas Pinheiro, engenheiro de operações da empresa, teve audiência e está preso desde o dia 6, no Presídio Estadual Metropolitano I (PEM I), no Complexo de Marituba. Eles são acusados pela responsabilidade de crimes ambientais na região onde o aterro sanitário está localizado. O processo corre em segredo de Justiça. 

Carlos Leal Villa, dono do Grupo Solvi, depoimento sob vara 
As prisões preventivas são resultados da Operação Gramacho, lançada na quarta-feira, 6, pela Polícia Civil do Pará e pelo Ministério Público do Estado com objetivo de combater crimes ambientais no Aterro Sanitário de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. Durante a operação foram cumpridos cinco mandados de condução coercitiva, três de prisão preventiva, 16 de busca e apreensão, além de mandados para proibição de contratar com o poder público, de ausentar-se do País e de garantir o funcionamento do aterro.

Ainda na quinta-feira (7), a Justiça do Pará determinou o bloqueio de mais de R$ 50 milhões das empresas Revita Engenharia, Guamá Tratamento de Resíduos e Solvi Participações, responsáveis pelo Aterro Sanitário de Marituba. A decisão atende pedido do Ministério Público para que o dinheiro seja aplicado em medidas emergenciais para o tratamento do chorume presente no aterro. A Justiça também exige apresentação de um plano de contingência emergencial para o tratamento do chorume. De acordo com a ação do Ministério Público, as empresas agiram de má fé e permitiram que o aterro funcionasse sem os recursos necessários, causando graves danos ambientais.

O Grupo Solvi, de Carlos Leal Villa, dono da CRVR (Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos), em sociedade com os donos do grupo minerador Copelmi (irmãos Farias), no Rio Grande do Sul, pretende instalar uma nova lixeira gigante no município de Viamão, na Grande Porto Alegre. Esse projeto já está com pedido de licenciamento na Fepam (Fundação Estadual do Meio Ambiente), mas já levou um encontrão gerado pelo comitê gerenciador da Bacia do Rio Gravataí e do Banhado Grande, áreas de proteção ambiental (APAs), nas quais não podem ser instalados esses empreendimentos altamente poluidores, nem sequer em suas zonas de amortecimento. O Grupo Solvi é monopolizador dos contratos de lixo das prefeituras no Rio Grande do Sul. Como detém a gigantesca lixeira de Minas do Leão, que funciona nas monumentais crateras abertas pela exploração do carvão pela Copelmi, ele recebe o lixo de cerca de 150 municípios do Estado do Rio Grande do Sul. Por ter o poder de vetar quem pode colocar lixo no seu aterro, o Grupo Solvi, na verdade, determina quem vence todas as licitações de lixo no Estado. Vence a empresa concorrente à qual o Grupo Solvi concede a carta de autorização para deposição do lixo do município que está realizando a licitação. E todo mundo faz de conta no Estado que não vê o que acontece. 

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