terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Socialite Carmen Mayrink Veiga morre aos 88 anos no Rio de Janeiro


Morreu no domingo (3) a socialite Carmen Mayrink Veiga, aos 88 anos. Ela sofria havia anos de paraparesia espástica tropical, uma doença infecciosa que atinge o cérebro e compromete os movimentos. Ela esteve recentemente internada no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, e morreu em casa. Sua filha, a atriz Antônia Frering, lamentou a morte em uma rede social, postando uma foto da mãe tendo por legenda um coração partido. Antônia estava em Nova York e embarcou para o Brasil. O corpo foi velado no Rio de Janeiro, até as 13 horas, na Capela Celestial do Memorial do Carmo, onde também ocorrerá a cremação.

Carmen Mayrink Veiga foi considerada uma das mulheres mais elegantes do País a partir de meados dos anos 1950 – em 1981, figurava na lista das mais bem vestidas do mundo da revista "Vanity Fair". Natural de Pirajuí, no interior de São Paulo, ela era de família tradicional. Seu pai era um financista em São Paulo e foi cônsul honorário do então Reino da Itália. Carmen Mayrink Veiga já frequentava desfiles de alta costura quando se casou com o empresário Tony Mayrink Veiga. O casal permaneceu junto até 2016, quando Tony morreu. Tornaram-se conhecidos pelas recepções que davam em seu apartamento com vista para o Pão de Açúcar ou no de Paris – frequentadores do jet-set, eles foram certa vez apontados pela revista "Vogue" como o casal mais chique da América do Sul. A família Mayrink Veiga também teve uma rádio, fechada durante a ditadura militar (1964-1985). Entre os que conviveram com o casal estava o escritor Truman Capote. O artista americano Andy Warhol retratou a socialite em um quadro, assim como fez Portinari. Carmen foi ainda a primeira personalidade brasileira entrevistada por David Letterman no seu "Late Show".

Causou polêmica com outra entrevista, que deu à revista "Veja", em 1996, quando a fortuna da família decaía. Nela, rejeitou ser chamada de "dondoca", "grã-fina" e "socialite", "termos pejorativos horrorosos". "Sempre trabalhei como uma negra, grátis, sem ter férias nem salário. Você acha que ser dona de casa é pouco?" - perguntou ela.

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