terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Polícia Federal apreende nove carros de luxo e US$ 886 mil em operação no aeroporto do Galeão

A Polícia Federal apreendeu nove carros de luxo na operação Rush, deflagrada na manhã desta terça-feira (19), no aeroporto internacional Tom Jobim, o Galeão, no Rio de Janeiro. Ao todo foram expedidos 36 mandados de prisão e um mandado de condução coercitiva contra funcionários e terceirizados de empresas aéreas, incluindo empregados da Receita Federal. Até às 17 horas, 29 pessoas foram presas. Os policiais ainda apreenderam US$ 886 mil. A Polícia Federal considera a operação como a maior ação já deflagrada no aeroporto do Galeão. Entre os veículos apreendidos há uma BMW, uma Land Rover, um Evoque e um Audi. A investigação sobre a "Máfia do Galeão" começou em fevereiro deste ano, quando a Polícia Federal descobriu que uma mala foi despachada do Rio de Janeiro em um vôo para Amsterdam, mas em nome de um casal que voou para Salvador. A mala foi devolvida para o Galeão e, ao passar pelo raio X, foram descobertos 37 quilos de cocaína. Além do tráfico de drogas, a rede de corrupção também atua no contrabando e desvio de bebidas de aeronave. No núcleo de contrabando, as malas de vôos internacionais (maioria tinha Miami como destino) não passavam pela Receita Federal, logo, não eram vistoriadas. Isso era feito através do desvio das mesmas para as esteiras dos vôos domésticos, que não passam por fiscalização, e onde os donos das malas fazem a retirada. Os funcionários de empresas aéreas e da Receita Federal também facilitavam a saída de malas com roupas, eletrônicos, e até cabelos. O intuito era evitar a fiscalização alfandegária e o consequente pagamento do tributo devido. Quando o passageiro passava pelo canal de inspeção da Receita Federal, em geral portava apenas bagagens de mão. Após a ação dos operadores de bagagens, as malas eram retiradas por um funcionário da companhia aérea no interior do setor de desembarque doméstico (esteira para retirada de bagagens) e entregue ao passageiro no saguão do aeroporto ou até mesmo na calçada exterior do aeroporto. 

Em outra frente de atuação nesse mesmo esquema, funcionários do Galeão se encontravam com passageiros participantes do esquema na porta da aeronave e os acompanhavam até o canal aduaneiro, onde um servidor da Receita Federal liberava as malas que passavam pelo raio X mesmo que identificasse mercadoria entrando de forma irregular sem recolhimento dos tributos e taxas legais. Durante as investigações, um servidor foi flagrado recebendo propina para liberar mercadorias.

Já o último núcleo criminoso furtava, com frequência diária, garrafas de vinho, champanhe e garrafas em miniatura de bebidas do interior das aeronaves em pouso. Funcionários da empresa de "catering" levavam as garrafas para áreas conhecidas como "pontos cegos", onde era feita a triagem. Em nota, a concessionária RIOGaleão afirmou que desde o início de sua atuação, em 2014, "apoia as investigações e ações da Polícia Federal e demais órgãos públicos para coibir atos ilícitos no Aeroporto Internacional Tom Jobim, onde atuam mais de 15.000 funcionários de 650 empresas". "O RIOgaleão não tolera práticas que descumpram qualquer procedimento operacional e de segurança e possui rigorosos processos de prevenção de ilícitos", acrescenta o texto.

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