segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Morre Modiano, presidente do BNDES que iniciou privatizações dos anos 1990

O corpo do ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Eduardo Marco Modiano, foi enterrado na quinta-feira (7), no início da tarde, no Cemitério Comunal Israelita do Caju. O economista morreu na quarta-feira, no Rio de Janeiro, aos 65 anos de idade. Ele presidiu a comissão diretora do Programa Nacional de Desestatização, no governo Collor, que iniciou o processo de privatização das empresas estatais dos anos 1990, com a venda de siderúrgicas e de participações no setor petroquímico.

Modiano presidiu o BNDES entre 1990 e 1992, tendo comandado o Programa Nacional de Desestatização (PND) do governo federal, que englobou o processo de privatização de ex-estatais como a Companhia Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Usiminas, Petroflex, Fosfértil, Rede Ferroviária Federal (RFFSA), Light, BR-116 (Novadutra), entre outras muitas empresas.

Em depoimento ao Projeto Memória do BNDES, Eduardo Modiano afirmou que “era muito natural que o BNDES tivesse um papel muito importante, como tem até hoje, no programa de privatização que se deslanchava nos anos 90, sempre agindo com muita transparência, muita lisura e com muito conhecimento técnico e conhecimento das próprias empresas e dos setores onde essas empresas estavam”.

Modiano pediu demissão do cargo de presidente do BNDES em outubro de 1992, após o impeachment do presidente Fernando Collor. Foi substituído por Antônio Barros de Castro. Em 1993, tornou-se vice-presidente de investimentos do Banco Itamarati S.A.. Até maio de 1999, foi consultor do Banco Fonte-Cindam, no qual tinha participação. Nos últimos anos, dedicou-se a atividades privadas à frente do Grupo Modiano. É autor dos livros "Da inflação ao cruzado: a política econômica do primeiro ano da nova república" (1986) e "Inflação: inércia e conflito" (1988).

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