domingo, 10 de dezembro de 2017

Michel Temer afirma que, sem reforma da Previdência, haverá corte de salários


Caso a reforma da Previdência não seja aprovada neste governo, poderá ocorrer cortes de salários e aposentadorias de servidores públicos nos próximos anos, afirmou o presidente Michel Temer na sexta-feira (8), em evento da Abinee (associação do setor eletroeletrônico), em São Paulo. "Se não fizermos agora, em 2019 ou 2020 teremos uma reforma previdenciária radical", disse ele, citando exemplos de outros países, como a Grécia, onde foi preciso fazer cortes de 20% a 30% nas pensões e vencimentos de servidores públicos. "O deficit previdenciário hoje está em R$ 180 bilhões. Sem a reforma, serão mais R$ 45 bilhões no ano que vem e outros R$ 50 bilhões no ano seguinte. Quando chegar 2020, poderá haver cortes de salários", afirmou em seu discurso.

A expectativa com o atual projeto da reforma, mais enxuto que o original, é economizar R$ 50 bilhões por ano. A votação deverá ocorrer na última semana antes do recesso parlamentar, entre os dias 18 e 19 de dezembro, de acordo com o presidente, que disse não cogitar deixar a pauta para o ano que vem. "Estamos colhendo os votos. Suponho que até lá [dia 18] teremos", disse.

Segundo Temer, além de PMDB e PTB, o PPS deverá fechar questão sobre o tema - ou seja, poderá haver punição para quem não seguir a orientação do partido. "Há também partidos como o PP, por exemplo, em que temos 90% [dos parlamentarem que teriam se manifestado a favor da votação]. Em um ou outro partido, há mais dificuldade. Se somarmos 308, vamos levar a voto." Até quinta-feira (7), a contagem era de 270 parlamentares a favor da reforma. A meta do governo é conquistar os cerca de 40 votos necessários para a aprovação nos próximos dez dias, com liberação de verbas e remanejamento de cargos. O texto precisa ser aprovado em dois turnos na Câmara e depois segue para o Senado.

Entre as medidas para agradar parlamentares, estão repasses aos Estados, a liberação recursos de emendas parlamentares ainda não executadas, além dos projetos de renegociação de dívidas de empresas com o fisco. O governo ainda estuda devolver cargos a deputados que, por votarem contra o governo nos últimos meses, haviam sido punidos com a perda de vagas para aliados.

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