sábado, 16 de dezembro de 2017

Lula diz que vai brigar 'até as últimas consequências' para pode concorrer

O chefão da organização criminosa petista e ex-presidente Lula disse na quarta-feira (13) que não vai se esconder atrás de uma candidatura e que brigará "até as últimas consequências" para disputar o Palácio do Planalto em 2018. Lula afirmou que, se os investigadores da Lava Jato provarem que ele é culpado, não haverá "condição moral" para que saia candidato, mas desafiou o Ministério Público Federal a apresentar provas contra ele. 

"Não quero que vocês tenham um candidato a presidente que esteja escondido na sua candidatura porque ele é culpado e não quer ser preso. Quero ser inocentado para poder ser candidato. Se eles apresentarem provas contra mim em todas as acusações, terei a satisfação de vir aqui numa reunião da bancada do PT para dizer que não posso ser candidato a presidente", disse . 

O discurso do petista, durante reunião com as bancadas do PT na Câmara e no Senado, em Brasília, foi sua primeira reação pública à decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região de marcar o julgamento do caso tríplex para 24 de janeiro. O ex-presidente afirmou ainda que seria uma "leviandade" disputar a Presidência no ano que vem se houvesse "alguma prova" contra ele. "A única coisa que não quero é ser condenado sendo inocente. Por isso vou brigar até as minhas últimas consequências porque eu sei que o objetivo é tentar evitar que o PT volte ao governo. No Brasil ainda estamos meio anestesiados", completou. 

De cenho fechado, Lula aparentou apreensão na maior parte do encontro. Penteava o bigode com o indicador direito, habitual cacoete de quando está tenso, e não se concentrava nas palavras dos colegas de partido. Durante o discurso, adotou tom mais combativo e imprimiu em sua fala a estratégia de disputa política que será a bandeira de sua eventual campanha, pedindo que o PT "erga a cabeça" e enfrente os críticos e adversários. 

A tese ecoada pelo ex-presidente é de que a Justiça quer acelerar o processo para que ele fique fora das eleições de 2018. Se Lula for condenado pelo TRF-4, ficará inelegível devido à Lei da Ficha Limpa. Ele pode se manter na disputa por meio de recursos. Publicamente, Lula preferiu dizer que não criticaria a "pressa" da Justiça, que sempre acusou de demorada. 

O processo de Lula tem tramitado em tempo recorde no TRF-4. Foram 42 dias entre a condenação e o início do andamento do recurso na segunda instância. Na média, o período é de 102 dias da conclusão do voto do relator até o julgamento. No caso do petista, serão 52 dias. 

Em nota, a defesa de Lula afirma que agora também precisa debater o caso "sob a perspectiva da violação da isonomia de tratamento, que é uma garantia fundamental de qualquer cidadão". Uma eventual prisão do petista, em tese, pode acontecer após todos os recursos se esgotarem no Tribunal Regional Federal. 

Lula foi condenado por Sergio Moro em julho deste ano a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex reformado pela OAS. A defesa nega que Lula tenha cometido crimes. 

Lula disse também que seu ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci, foi quem contou aos procuradores "uma mentira maior" que a dos outros delatores da Lava Jato. Segundo o petista, seus adversários pensavam que sua trajetória política estaria acabada após a prisão de Palocci. "Prendeu Bumlai, 'Lula acabou', quando Marcelo Odebrecht for preso, e ele já está preso há dois anos e meio, agora prenderam Palocci, agora vai dar. E Palocci foi lá contar uma mentira maior que a dos outros", disse.

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