sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Garotinho decide fazer nova greve de fome


O ex-governador Anthony Garotinho (PR) decidiu iniciar um "jejum por tempo indeterminado" contra o que chama de "injustiças" praticadas contra ele. Ele pede ainda que seja ouvido por um representante do Conselho Nacional de Justiça para comunicar supostas irregularidades de juízes e promotores que atuaram em seu caso.

Preso há quase um mês, Garotinho repete o protesto que realizou em 2006 após denúncias de fraudes em sua pré-campanha à Presidência naquele ano. Na carta, assinada nesta quinta-feira (14) e enviada à direção do presídio de Bangu 8, onde está detido, ele afirma que o protesto é um "grito de desespero contra a injustiça que venho sofrendo, abalando fortemente minha família". 

Garotinho afirma que não receberá mais visitas da família, advogados, nem irá ao banho de sol. O ex-governador foi preso sob acusação de organizar arrecadação para caixa dois eleitoral entre 2010 e 2016 com apoio de um "braço armado" para intimidar empresários. No período de pouco mais de um ano, o ex-governador foi preso por três vezes, tendo sido solto em duas oportunidades por liminar do Tribunal Superior Eleitoral. No último caso, porém, a defesa não conseguiu até o momento habeas corpus para o ex-governador. 

"Ocorre que se deixar essa unidade com um novo habeas corpus sem que os responsáveis por essas prisões ilegais sejam ao menos investigados, farão a quarta, a quinta, a sexta e quantas prisões forem necessárias para proteger quem os acoberta em suas ilegalidades", diz a carta, ao pedir um encontro com representante do CNJ. 

Assim como vem fazendo desde sua primeira prisão, Garotinho atribui as investigações contra ele às denúncias que fez ao grupo político do ex-governador ladrão peemedebista Sérgio Cabral, preso há mais de um ano, e ao ex-presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Luiz Zveiter.

Garotinho é condenado em três ações penais. Sua última prisão é decorrente de investigação que apontou indícios de ameaças a empresários fornecedores da Prefeitura de Campos para que contribuíssem para o caixa dois de sua campanha. Um policial civil aposentado foi preso sob acusação de ameaçar um dos envolvidos. A denúncia foi aceita pela Justiça Eleitoral. 

A passagem de Garotinho pelo sistema penitenciário é marcada por confusões desde o início. Em sua primeira noite na cadeia pública José Frederico Marques, onde Sérgio Cabral e aliados estão presos, ele afirmou ter sido agredido durante a madrugada. A Polícia Civil investiga se o ataque de fato ocorreu ou se foi uma autoagressão. O episódio levou à transferência do ex-governador para Bangu. 

Em 2006, Garotinho ficou em greve de fome por cerca de 11 dias. Embora houvesse dúvidas se ele de fato ficou em jejum, o ex-governador foi internado ao fim do protesto no Hospital Quinta D'Or. Saiu no dia seguinte para a convenção do PMDB, com 6,2 kg mais magro, segundo registrado na versão oficial.

Um comentário:

zaza disse...

Ao invés desta "greve de fome", porque não doar as quatro alimentações "grátis" para obras de caridade ou mesmo algum pobre coitado do estado dele. Ora, cometeu erros, falcatruas e agora se faz de inocente.
Errou, tem que pagar pelo erro, "greve de fome", utopia.
Caso morra de inanição, paciência um a menos na quadrilha.