sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Timochenko, o chefão terrorista e narcotraficante, será candidato das Farc à presidência da Colômbia


O principal líder do partido Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), agremiação que surgiu no lugar das "desmobilizadas" Forças Armadas Revolucionária da Colômbia (Farc), organização terrorista e traficante cocaína, o comuno-traficante Rodrigo Londoño Echeverri, mais conhecido como Timochenko, será o candidato à presidência do país nas eleições do ano que vem. 

O anúncio foi feito nesta quarta-feira (1º) pelo número dois da ex-guerrilha, conhecido como Iván Márquez, em entrevista coletiva em Bogotá, na qual disse que a partir de hoje o partido entra "totalmente na disputa política de 2018, com candidatos próprios para a Presidência e para o Congresso da República". "Anunciamos que o nosso candidato à Presidência será Rodrigo Londoño Echeverri 'Timochenko', que estará acompanhado de Imelda Daza como vice-presidente", disse Márquez. Ele afirmou que está "em diálogo com o camarada 'Timo' para finalizar os detalhes do seu retorno (de Cuba) para que assuma como presidente do partido e como candidato da Farc".

Imelda, que será a sua companheira de chapa, fez parte do partido de esquerda União Patriótica e se exilou na Suécia durante mais de 20 anos. Desde o ano passado, ela faz parte do movimento político Vozes de Paz, ligado à organização terrorista e narcotraficante Farc e que foi representante da ex-guerrilha no Congresso colombiano. As eleições para renovar o Senado e a Câmara dos Representantes da Colômbia serão realizadas em março de 2018 e o primeiro turno das presidenciais será em maio.

Márquez explicou que o partido também terá candidatos ao Senado e à Câmara que, caso sejam eleitos, deverão se somar às dez cadeiras à que terão direito durante os próximos oito anos pelo acordo de paz. Os candidatos ao Senado serão o próprio Márquez e os integrantes da antiga Farc conhecidos como Pablo Catatumbo, Carlos Antonio Lozada, Victoria Sandino, Sandra Ramírez e Benkos Biohó. Para a Câmara, o partido lançará candidaturas por Bogotá e pelos departamentos de Antioquia, Valle del Cauca, Atlántico e Santander, enquanto nas demais regiões do país a Força Alternativa Revolucionária do Comum apoiará "candidatos de convergência social e democrática comprometidos programaticamente com a implementação dos acordos e com as necessidades sociais populares".

"Acredito que há muito boas chances para o entendimento político com outras forças. Nós vamos concorrer pelos departamentos com maior votação", disse Márquez. Ele afirmou que as Farc terão sua própria representação eleitoral como alternativa aos políticos tradicionais do país. "Damos passagem à luta política legal num contexto no qual as grandes maiorias do país esperam virar definitivamente a página da guerra com os acordos de paz", disse. Nesse sentido, ele pediu "ao Congresso e à toda a institucionalidade do Estado (...) que não mude nem uma vírgula do acordo de paz" assinado em 24 de novembro do ano passado em Bogotá.

Segundo Márquez, com as candidaturas próprias, o partido Farc espera "acabar com a corrupção que empobrece o país", ao mesmo tempo que "exige a reorganização do modelo econômico que permita a recuperação da capacidade produtiva e o atendimento das necessidades mais urgentes da população em matéria de saúde, moradia, segurança, educação e cultura".

Nenhum comentário: