quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Presidente da Petrobras diz que parceria com BP pode envolver troca de ativos

O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse nesta terça-feira (31) que a parceria que a estatal está negociando com a petrolífera britânica BP deverá envolver a troca de ativos entre as empresas. “Certamente é um modelo que envolveria a possibilidade de trocas de ativos, mas a discussão está muito preliminar. Não estou anunciando que já tem isso colocado. Mas seria um pouco nessa linha”, disse Parente, após palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro, no centro da capital fluminense.

Mais cedo, a Petrobras divulgou comunicado ao mercado sobre a assinatura de carta de intenções com a BP para identificar e avaliar conjuntamente oportunidades de negócio, envolvendo ativos ou empreendimentos no Brasil e no Exterior. “O documento prevê cooperação nas áreas de exploração e produção, refino, transporte e comercialização de gás, GNL, trading de petróleo, lubrificantes, combustível de aviação, geração e distribuição de energia, renováveis, tecnologia e iniciativas de baixa emissão de carbono, visando ao desenvolvimento de uma potencial aliança estratégica entre as companhias”, diz a nota.

Segundo Parente, um dos primeiros objetivos da parceria com a BP foi alcançado durante o leilão do pré-sal, na semana passada, para a exploração de duas áreas. Na terceira rodada de licitação sob o regime de partilha de produção, a companhia brasileira adquiriu direitos de exploração e produção para o bloco Alto de Cabo Frio Central, em um consórcio 50%-50% com a BP; e para o bloco Peroba, juntamente com a CNODC, em um consórcio de 40% para Petrobras, 40% para BP e 20% para CNODC.

“Mas há também um interesse muito grande na parceria estratégica com a BP no que diz respeito ao tema do gás, [para] nos permitir aumentar a participação do gás no portfólio da Petrobras”, afirmou o executivo. “Também [há interesse] em uma eventual parceria na compra e venda de derivados e o próprio petróleo bruto, em que eles têm uma experiência muito grande, e [isso] pode beneficiar a Petrobras nesse sentido".

Sobre os acordos que têm devolvido recursos desviados da estatal desde o início da Operação Lava Jato, Parente afirmou que a companhia vai trabalhar para recuperar todos os valores que puder. Segundo o executivo, a empresa recebeu mais R$ 82 milhões, mas destacou que a dívida da Petrobras chega a quase US$ 90 bilhões. “Esses R$ 82 milhões é cerca de 0,3% da dívida. Não estou dizendo que R$ 82 milhões é pouco. Quando comparado com o tamanho da nossa dívida, nós temos ainda um grande trabalho pela frente”. 

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