domingo, 5 de novembro de 2017

Hamas passa o controle de fronteiras da Faixa de Gaza para a Autoridade Palestina


O grupo terrorista islâmico Hamas começou a entregar o controle das passagens de fronteira da Faixa de Gaza com Israel e o Egito ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, na quarta-feira (1º), conforme um acordo mediado pelo Cairo para acabar com a divisão interna de uma década entre os palestinos. A medida representou a implantação mais concreta até agora do acordo de reconciliação firmado pelos palestinos em 11 de outubro para tentar amenizar as restrições econômicas impostas a Gaza e permitir negociações mais frutíferas para seu objetivo de criar um Estado independente.

Israel e os Estados Unidos têm reservas quanto ao pacto dos palestinos, dada a recusa do Hamas --que lutou três guerras contra os israelenses desde que assumiu o comando de Gaza das mãos de Abbas em 2007-- a abrir mão de seus foguetes e outras armas. Testemunhas disseram que funcionários da Autoridade Palestina (AP), de Abbas, que tem apoio dos Estados Unidos, foram para as passagens de Erez e Kerem Shalom, na fronteira com Israel, e para a passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, e que suas contrapartes do Hamas empacotaram equipamentos e partiram de caminhão. 

Em Rafah, grandes murais de Abbas e do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, decoravam as entradas do salão de passaportes, e bandeiras palestinas e egípcias tremulavam sobre o complexo. Citando preocupações com a segurança, Israel mantém restrições severas à movimentação de pessoas e bens nas passagens que compartilha com a Faixa de Gaza, incluindo uma proibição quase total a exportações do território.

O Egito, que já chegou a acusar o Hamas de incentivar uma insurgência islâmica em sua península do Sinai, que faz fronteira com Gaza, manteve a passagem de Rafah fechada em grande parte. O Hamas negou as alegações e reforçou a segurança ao longo da divisa. Ministros do governo de consenso nacional apoiado por Abbas começaram a se encarregar gradualmente de suas funções em Gaza nas últimas semanas, e ontem (31) assumiram as rendas das passagens de Rafah e Kerem Shalom, disseram autoridades.

O Hamas usava essas rendas - impostos e taxas cobrados de mercadores e passageiros - como parte de seu orçamento para Gaza e para pagar os salários dos 40 mil a 50 mil funcionários que contratou desde 2007. Agora, estes salários serão pagos pela AP, mediante o acordo do Cairo. O Hamas também mantém uma facção armada, que analistas afirmam contar com ao menos 25 mil combatentes bem equipados.

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