quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Funcionalismo no Brasil custa mais caro que em país rico


O Brasil gasta mais com funcionalismo do que Estados Unidos, Portugal e França. O Banco Mundial mostra que os gastos do País com servidores de todas as esferas de governo alcançaram 13,1% do PIB em 2015 (dado mais recente disponível). Há dez anos, eram 11,6%, o que colocava o Brasil atrás dos europeus. Outros países desenvolvidos, como Austrália e Estados Unidos, gastam consideravelmente menos - a massa salarial equivale a cerca de 9% do PIB. Mas o gasto superior do Brasil não se deve a um inchaço ou excedente de funcionários a serviço da população, segundo o Banco Mundial. Mas sim à remuneração acima da média dos servidores, principalmente os funcionários do serviço público federal. 

Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), reunidos pelo banco, no Brasil 5,6% da população empregada está no setor público. Nos países da OCDE, entre os quais os mais ricos do mundo, este percentual é de quase 10%. "Isso indica que o motivo de a massa salarial do setor público brasileiro ser tão alta é o elevado custo dos servidores públicos (altos salários), em vez do excessivo número de servidores", afirma relatório.

A desigualdade salarial em favor dos funcionários públicos também é elevada quando comparada às remunerações no Brasil. Segundo levantamento do Banco Mundial com base nos dados do IBGE, o setor público paga em média salários 70% mais altos do que os pagos pela iniciativa privada formal -R$ 44 mil, ante R$ 26 mil por ano - e quase três vezes mais do que recebem os trabalhadores informais (R$ 16 mil anuais). "O governo federal paga salários ainda mais altos. Com base em dados de 2016, os militares brasileiros recebem, em média, mais do que o dobro pago pelo setor privado (R$ 55 mil por ano), e os servidores federais civis ganham cinco vezes mais que trabalhadores do setor privado (R$ 130 mil por ano)", diz o relatório.

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