quinta-feira, 9 de novembro de 2017

E-mail mostra que ex-procurador Marcelo Miller traçou roteiro para a delação premiada da JBS


A situação do ex-procurador Marcelo Miller, braço direito de Rodrigo Janot, se complicou após a quebra de sigilo de correspondência. Os investigadores encontraram e-mails listados como roteiros para os delatores Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, e do lobista da empresa Ricardo Saud.

Em um deles, chamado de "segundo roteiro de reunião" foi enviado pouco mais de 24 horas depois da gravação do áudio da conversa entre o presidente da República, Michel Temer, e Joesley. Na mensagem, há instruções pormenorizadas sobre quais perguntas deveriam ser feitas aos integrantes do Ministério Público Federal para dar encaminhamento e facilitar a aceitação do acordo.

Na conclusão, a mensagem reitera que os delatores estariam incluindo o BNDES, descrito como "a última caixa-preta da República", além de "fundos de pensão, Temer, Aécio Neves, Dilma Rousseff, Eduardo Cunha, Guido Mantega e, por certo ângulo, também Lula". De acordo com o e-mail, esses seriam elementos "muito sólidos" para garantir a celebração do acordo.

A defesa do ex-procurador rechaçou a tese e afirmou que Miller não conduziu tratativas para um acordo entre os delatores e o Ministério Público Federal. "A preparação de acordos de delação e de leniência é calcada nos mesmos fatos, podendo o material de apoio ser idêntico nas duas esferas", diz em nota.

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