quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Ditador comunista Robert Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue


O ditador comunista do Zimbábue, Robert Mugabe, renunciou ao seu cargo na terça-feira. A informação foi divulgada pelo porta-voz do Parlamento local, Jacob Mudenda. Em uma carta endereçada aos parlamentares, o agora ex-presidente afirmou que sua decisão foi totalmente voluntária. Mugabe também disse que decidiu renunciar para garantir uma transferência de poder sem grandes impactos na política e segurança do país. O anúncio acontece no momento em que os legisladores do país debatiam um pedido de impeachment contra o ditador de 93 anos. Mugabe governava o Zimbábue desde 1980. 

O presidente havia se recusado a deixar a presidência na semana passada, durante uma série de negociações com as Forças Armadas, que tomaram o poder durante uma intervenção. No último domingo, o próprio partido de Mugabe, a União Nacional Africana do Zimbábue – Frente Patriótica (Zanu-PF, na sigla em inglês), deu um ultimato exigindo a renúncia do ditador até o meio dia de segunda-feira. 

Na terça-feira, o ex-vice-presidente Emmerson Mnangagwa também pediu que o ditador aceitasse “a vontade do povo” e deixasse a presidência. Ele foi um dos principais pivôs da crise política. Mugabe demitiu Mnangagwa para abrir caminho na presidência a sua esposa, Grace, que é impopular entre muitos zimbabuanos. Mnangagwa afirmou ter sido ameaçado de morte após a demissão e por isso deixou o país. A ação levou o exército a tomar o poder e a colocar Mugabe em prisão domiciliar. 

O ex-vice-presidente é conhecido como “crocodilo” devido aos tempos em que lutou pela libertação do Zimbábue. Ele foi durante décadas o braço direito de Mugabe e é acusado de participar da repressão de zimbabuanos que desafiavam o líder. É apontado com muitos como um dos principais candidatos à substituição do ditador. Após o anúncio, multidões tomaram as ruas da capital do país, Harare, celebrando a renúncia do ditador. 

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