quarta-feira, 1 de novembro de 2017

A petrolífera portuguesa Galp dispara sua produção no Brasil


A petrolífera portuguesa Galp disparou a produção de petróleo no Brasil nos últimos meses. No terceiro trimestre deste ano foram mais de 35%, em comparação ao ano anterior, de acordo com os dados do mais recente trading update. A previsão é que a Galp alcance a meta de produção de 100 mil barris de petróleo por dia até o final de 2017, graças ao Brasil. O aumento da produção teve um impacto direto nos resultados deste último trimestre. Os analistas acreditam em um salto de mais de 50% nos lucros líquidos da Galp. O impacto já foi sentido em bolsa. De acordo com um painel de analistas que seguem a petrolífera, o resultado da empresa no terceiro trimestre deve ficar em 169 milhões de euros. No ano anterior, o valor foi de 115 milhões.

É esperado um aumento ainda maior, de 55% nos lucros da Galp. O valor, que seria de 178 milhões, é graças não só ao aumento da produção, mas devido à nova licença adquirida para explorar um bloco de petróleo na prolífera região do pré-sal no Brasil. A empresa aposta suas fichas ao largo da costa brasileira. Segundo garantiu em junho o CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, ‘mais de 90% do investimento da Galp vai continuar no petróleo e no gás’. Entre julho e setembro, a produção média bruta da Galp aumentou 27,7% para os 82,8 mil barris de petróleo por dia, mesmo com a quebra de 23,2% sentida na produção de petróleo em Angola. O motivo é o contínuo aumento na produção do Brasil. Em destaque está a sexta unidade de produção flutuante (FPSO) do projeto Tupi-Iracema, que entrou em produção em julho de 2016 e atualmente produz capacidade máxima. Também contribui para o aumento da produção a sétima unidade instalada no projeto, FPSO P-66, ligada em maio deste ano.

Até o fim deste ano e ao longo do próximo, as sete unidades em operação no Brasil devem se unir a outras cinco. São três no Brasil e duas em Angola. A Galp pretende ter 16 unidades de produção no Brasil e em Angola até 2021. De acordo com o plano estratégico da petrolífera portuguesa, o investimento vai permitir o crescimento médio anual da produção entre 15% e 20%, entre os anos de 2016 e 2021. A intenção é investir 5 milhões de euros para duplicar a produção com um investimento médio anual, que deve ficar entre 800 milhões e um bilhão de euros.

A empresa direcionou parte do valor para aquisição de uma participação de 20% em uma nova licença de exploração no pré-sal brasileiro. A estimativa é que os oito blocos em oferta pelo governo brasileiro tenham reservas de petróleo de mais de 12 milhões de barris. Na última semana, o consórcio que integra as gigantes petrolíferas Statoil e ExxonMobil e também a Petrogal Brasil, subsidiária da Galp Energia, adquiriu uma participação na licença de Norte de Carcará, na bacia de Santos.

“O consórcio ofereceu ao governo brasileiro um excedente em petróleo de 67,12% e o pagamento de um bónus de 930 milhões de dólares, ou seja, cerca de 186 milhões de dólares relativos à participação da Petrogal Brasil, bem como a perfuração de um poço de exploração.” A subsidiária da Galp acordou ainda com a parceira Statoil um reforço de 3%, para os 17%, da sua posição no bloco BM-S-8. A Galp tem interesse estratégico em expandir sua presença nas áreas core, como seja o pré-sal brasileiro, selecionando um conjunto de ativos de elevada qualidade a desenvolver através de parcerias sólidas. A estratégia tem dado bons resultados, com o retorno das ações, de 12,47%, quase o triplo da média do mercado.

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