segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O dia em que o ministro Luiz Fux beijou o pé da advogada Adriana Ancelmo, a "Riqueza", a Garota do Leblon, mulher do bandido peemedebista Sérgio Cabral

O jornalista Reinaldo Azevedo revela em seu blog, nesta segunda-feira, uma foto que fala por si própria. Nela aparece o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, ajoelhado no chão e beijando o pé da "Riqueza", a advogada fluminense Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador e bandido peemedebista Sérgio Cabral, atualmente hospéde de Bangu 8. Ela também é conhecida como "Garota do Leblon". O gesto deplorável de subordinação do mundo jurídico à baixa política ocorreu quando Luiz Fux foi ao apartamento-mansão da "Riqueza", Adriana Ancelmo, para agradecer ao casal a nomeação dele que tinha acabado de sair, assinada pela então presidente petista, a mulher sapiens Dilma Rousseff. Na ocasição, Sérgio Cabral estourou um champagne em comemoração por essa conquista do grupo. Leia a seguir o texto de Reinaldo Azevedo. 

O dia em que Fux beijou os pés da mulher de Cabral; Barroso abriu champanhe após punir Aécio

Já se conhecia o beija-mão. O beija-pé, se não é símbolo máximo da sujeição, deve ser puro ato de picardia. Quanto ao brinde... Bem, não era em homenagem ao Estado de Direito

Por: Reinaldo Azevedo - Publicada: 02/10/2017 - 7:45


O Supremo Tribunal Federal não está imune aos comportamentos heterodoxos que têm marcado homens e entes do Estado. Ao menos dois ministros que tentam demonstrar uma particular robustez moral nos dias que correm andaram fazendo coisas pouco corriqueiras. Luiz Fux — o que nem se estranha muito — e Roberto Barroso.

O primeiro, ora vejam!, que admitiu em entrevista ter como padrinhos Delfim Netto, João Pedro Stédile e Antonio Palocci, além de ter mantido encontro prévio com José Dirceu à época do Mensalão, não esqueceu de ser grato, de forma bem pouco usual, a um outro entusiasta de sua candidatura ao Supremo: o então governador Sérgio Cabral. A reverência, na verdade, foi feita à mulher do antigo Rei do Rio: a advogada Adriana Ancelmo, que está em prisão domiciliar. O marido está em cana a perder de vista.

Indicado por Dilma, Fux foi à casa de Cabral para agradecer o apoio. E, diante de testemunhas, fez um gesto que ele mesmo disse que seria inédito: ajoelhou-se, diante de todos, e beijou os pés de Adriana. Tem seu lado criativo, convenham. Já se conhecia o beija-mão. O beija-pé, se não é símbolo máximo da sujeição, deve ser puro ato de picardia.

E Barroso? Não consegui apurar por quê, mas o fato é que aconteceu. Depois da sessão da Primeira Turma que afastou, por 3 a 2, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) de seu mandato, violando a Constituição, o ministro seguiu para o seu gabinete e abriu um champanhe, que dividiu com assessores. Barroso tinha aberto também a divergência, contrariando os respectivos votos de Marco Aurélio (relator) e Alexandre de Moraes.

Qualquer que fosse a razão da beberagem, uma coisa é certa: não se comemorava ali o triunfo do Estado de Direito. É crime beijar os pés de alguém ou abrir champanhe? Resposta: não! Mas convém ouvir São Paulo: nem tudo o que podemos fazer nos convém, né?

Nenhum comentário: