terça-feira, 3 de outubro de 2017

Moro diz em São Paulo que a Lava Jato em Curitiba está chegando ao fim



O juiz federal Sergio Moro disse nesta segunda-feira que os trabalhos da Operação Lava Jato em Curitiba estão perto do fim e que considera difícil prever qual será o seu futuro após atuar nos processos da investigação – o magistrado garantiu, contudo, que não há possibilidade de ser candidato à Presidência da República na eleição de 2018.

“A Operação Lava Jato em Curitiba está, possivelmente, chegando ao fim”, afirmou Moro em São Paulo, após receber um prêmio da Universidade Notre Dame, dos Estados Unidos, por sua atuação como à frente da investigação. “Em Curitiba a investigação sempre foi sobre os contratos da Petrobras que geraram valores e as pessoas que pagavam propinas. Grande parte já foi processada. As que recebiam e não tinham foro privilegiado, igualmente. Daí a minha afirmação de que acredito que está indo para o final em Curitiba”, explicou o juiz, que ponderou ainda haver “investigações relevantes em andamento”.

O juiz confidenciou a um amigo que se cansou e que deseja deixar a 13ª Vara Federal, em Curitiba, onde tramitam os processos da Lava Jato, e migrar para outra. Moro reconheceu que está “um pouco cansado” por causa do grande volume de trabalho, mas afirmou que não prevê, neste momento, a possibilidade de deixar o posto.

Ele também se declarou um “juiz profissional” e afastou a possibilidade de migrar da magistratura para a política. “Não existe nenhuma expectativa”, disse ele, sobre a possibilidade de buscar um cargo eletivo no ano que vem. “Pesquisas que incluem o meu nome estão perdendo tempo, porque não vai acontecer. Isso é simples assim”, garantiu.

Para Moro, os brasileiros têm a expectativa de que o Supremo Tribunal Federal julgue os políticos com foro privilegiado investigados na Lava Jato da mesma forma que no julgamento do Mensalão do PT, em 2012. Naquela ocasião, a maioria dos políticos foi condenada pelos ministros da Corte.

O magistrado também elogiou a decisão do STF que acabou com a possibilidade de doações empresariais a campanhas eleitorais e a que permitiu a prisão de réus condenados em segunda instância. “O Supremo deve ter a percepção da relevância da manutenção desse precedente para o enfrentamento dessa corrupção sistêmica”, disse Moro.

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