terça-feira, 10 de outubro de 2017

Lázaro Brandão renuncia ao conselho de administração do Bradesco


O Bradesco informou que Lázaro de Mello Brandão renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração do banco. O banqueiro, de 91 anos, entregou sua carta de renúncia nesta terça-feira. Para o lugar de Brandão, o banco nomeou Luiz Carlos Trabuco Cappi, até então vice-presidente do conselho de administração e diretor-presidente do Bradesco. Brandão iniciou sua carreira em 1942 na Casa Bancária Almeida & Cia., que se transformou em Banco Brasileiro de Descontos S.A., atual Banco Bradesco S.A., em 1943. Dentro da instituição, ele passou por todos os escalões da carreira bancária – seu primeiro cargo foi de escriturário. 

O banqueiro estava na presidência do conselho de administração desde fevereiro de 1990. De janeiro de 1989 a março de 1999, foi presidente da diretoria. O banco não informa o motivo da renúncia, mas diz que Brandão permanecerá na presidência do conselho de administração das sociedades controladoras "transmitindo seus ensinamentos e experiência acumulados ao longo desses mais de 75 anos de vida profissional dedicados exclusivamente à organização, com magníficos exemplos de trabalho, honradez e ética". Na nota, o Bradesco faz elogios ao novo presidente do conselho de administração; “Seus méritos são indiscutíveis. Sua competência e eficiência estão traduzidas na superação diária das adversidades diante de um mercado cada vez mais competitivo e um ambiente econômico repleto de desafios". 

Trabuco acumulará os cargos de presidente do conselho de administração e de diretor-presidente do Bradesco até a primeira reunião que se realizar após a assembleia-geral ordinária, prevista para março de 2018. A reunião elegerá o novo presidente do banco. Caberá a Trabuco, segundo o banco, a missão de “estabelecer as diretrizes estratégicas do Bradesco, sempre prezando pela cultura e valores da organização”. 

Aos 16 anos, seu sonho era trabalhar no Banco do Brasil – chegou a fazer um cursinho para se preparar para o concurso do BB. Ele aceitou a sugestão de um parente e foi trabalhar na Casa Bancária Almeida, instituição fundada em Marília que deu origem ao Bradesco. Entrou em 1942 como escriturário. 

Foi nomeado diretor em 1963. Em 1977, alcançou o posto de vice-presidente. O cargo de diretor-presidente chegou em 1981. Assumiu a presidência do conselho de administração em 1990, após o afastamento do fundador Amador Aguiar – que morreu em 1991. Brandão assumiu os dois cargos até 1999, quando Márcio Cypriano assumiu a presidência executiva do banco. Cypriano foi substituído em 2009 por Trabuco, que agora sucederá Brandão. 

No ano passado, ao completar 90 anos, ele disse que aposentar-se era uma necessidade iminente, mas um desejo longínquo.  Brandão sinalizou a escolha de seu sucessor quando Trabuco foi nomeado para a vice-presidência do conselho de administração do Bradesco. 

A fatia de Brandão no banco não é divulgada, mas pessoas próximas estimam que não chegue a 1%. Mesmo com essa pequena participação, Brandão sempre teve a palavra final em todas as decisões estratégicas da instituição. Sob a administração de Brandão, o banco implementou uma hierarquia rígida, de rotina pouquíssimo flexível. O comportamento de Brandão virou o padrão a ser seguido no banco: chega-se cedo e fica-se até a noite.

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