terça-feira, 24 de outubro de 2017

Força Aérea dos Estados Unidos estuda colocar bombardeiros nucleares em estado de alerta


A Força Aérea dos Estados Unidos estuda colocar sua frota de bombardeiros B 52 equipados com bombas nucleares em alerta pela primeira vez desde 1991, em meio a tensões crescentes com a Coréia do Norte. O rumor foi publicado por diversos veículos da imprensa americana. Funcionários da defesa negaram que os bombardeiros receberam o alerta, mas o chefe de gabinete da agência militar, general David Goldfein, disse à "Defense One" que poderia acontecer. 

Os caças bombardeiros serão preparados para poder decolar a qualquer momento, com suas tripulações colocadas em estado de emergência, de uma base aérea na Louisiana. O clima é de grande tensão entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte devido aos testes nucleares de Pyongyang e à troca de declarações beligerantes entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

A ameaça da Coréia do Norte chegou a um nível grave e iminente, e Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul precisam tratar da questão, disse o ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, em conversas nesta segunda-feira. Os comentários de Onodera reforçaram a preocupação profunda em Tóquio desde os testes de armas norte-coreanos, incluindo o disparo de mísseis sobre o Japão, no momento em que Pyongyang desenvolve um míssil com uma ogiva nuclear capaz de atingir o território continental dos Estados Unidos.

A fala do ministro contrastou com a linguagem mais comedida do secretário de Defesa norte-americano, Jim Mattis, e do ministro da Defesa sul-coreano, Song Young-Moo. Os três se reuniram nos bastidores de um encontro de chefes de Defesa da Ásia realizado nas Filipinas. "A ameaça representada pela Coréia do Norte chegou a um nível inédito, grave e iminente. Portanto, temos que adotar respostas calibradas e diferentes para enfrentar este nível de ameaça", afirmou no início das conversas em solo filipino.

O sul-coreano Song também admitiu que o comportamento provocador da Coréia do Norte está ficando cada vez pior nos comentários públicos que fez antes de os repórteres serem escoltados para fora da sala de reunião. Mattis voltou a criticar duramente os testes da Coréia do Norte, dizendo que eles ameaçam a segurança regional e global. O secretário, que iniciou uma viagem de uma semana pela região nesta segunda-feira, vem se mostrando ansioso para enfatizar os esforços diplomáticos feitos para resolver a crise pacificamente no momento em que a tensão crescente entre Washington e Pyongyang atiça temores de um confronto armado.

Indagado sobre sua conversa com Onodera depois de os dois se reunirem mais cedo nesta segunda-feira, e antes de se reunir com Song, Mattis respondeu que eles debateram manter a estabilidade e a paz em apoio aos diplomatas. Enquanto isso, o ex-presidente norte-americano Jimmy Carter se disse disposto a ir à Coréia do Norte em nome do governo do atual presidente Donald Trump para ajudar a apaziguar a situação.

Trump está envolvido em uma guerra de palavras com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e vem ameaçando destruir a Coréia do Norte se isso for necessário para defender os Estados Unidos e seus aliados. Kim rotulou Trump de mentalmente desequilibrado. No domingo, o presidente americano Donald Trump havia afirmado que os Estados Unidos estão "totalmente preparados" para responder às ameaças de Pyongyang. Em sua declaração, destacou a sua "excelente relação" com o governo chinês.


 

Uma das primeiras ameaças trocadas entre os Estados Unidos e a Coréia do Norte veio após Kim Jong-un ter sido chamado pelo senador republicano John McCain de "gordinho maluco". A declaração foi rebatida pela agência estatal KCNA, que afirmou que o país cumprirá sua "missão sagrada de dar um golpe sem piedade contra quem fere a dignidade do líder supremo".  

"Estamos tão preparados que você não acreditaria", disse Trump em um programa matutino da rede televisiva Fox News, em referência às tensões com a Coréia do Norte, envolvendo o programa nuclear de Pyongyang. "Ficaria espantado em ver o quão preparado estamos, caso precisemos estar. (...) Seria melhor não fazê-lo? A resposta é sim. Será isso que vai acontecer? Vai saber". Questionado também a respeito de sua política com a China, o mais antigo aliado de Pyongyang, Trump elogiou Pequim por "ajudar" os Estados Unidos a reforçar as sanções contra a Coréia do Norte. "Ele é a favor da China. E eu dos Estados Unidos", disse sobre o presidente chinês Xi Jinping. "Temos uma relação muito boa, diria que excepcional. E a China realmente está nos ajudando, a respeito da Coréia do Norte", acrescentou.

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