sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Sérgio Cabral diz que Eduardo Paes, Nuzman e ministro comunista estiveram com Lamine Diack



O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou na quarta-feira, em depoimento ao Ministério Público Federal, que se encontrou uma vez com o dirigente senegalês Lamine Diack, pai de Papa Diack, acusado de receber propina e favorecer o Rio de Janeiro na disputa para sediar a Olimpíada de 2016. Sérgio Cabral negou qualquer negociação de suborno na reunião, mas fez questão de lembrar que participaram da conversa o ex-prefeito Eduardo Paes, o ex-ministro dos Esportes, o comunista Orlando Silva, e o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman. 

Esta semana, a operação Unfairplay desencadeada pela Polícia Federal revelou que Papa Diack recebeu depósitos no Exterior no valor de 2 milhões de dólares feitos pelo empresário Arthur Soares de Menezes Filho, que embolsou 3 bilhões de reais em contratos na era Cabral. Arthur é considerado foragido pelas autoridades brasileiras. Para os procuradores, Sérgio Cabral disse ser amigo pessoal do empresário, mais conhecido como “rei Arthur”, mas que não faz idéia de porque houve a operação financeira entre ele e Papa Diack. Perguntado se conhecia Lamine Diack, Sérgio Cabral negou a informação em duas oportunidades.

No depoimento, o ex-governador deixou claro que queria passar a mensagem de não ter feito nenhum movimento pela candidatura do Rio de Janeiro sem o consentimento de Paes, Nuzman e Orlando Silva. Ele disse que teve encontros ao lado do trio com todas as autoridades que votariam na eleição de Copenhague em que participaram, além do Rio de Janeiro, Madri, Chicago e Tóquio. Além disso, lembrou da vez em que o quarteto apresentou a candidatura para o Comitê Olímpico Internacional em 2008.

Ao Ministério Público Federal na quarta-feira, Sérgio Cabral adotou a mesma estratégia dos últimos depoimentos dados ao juiz Marcelo Bretas: negar todas as acusações. Disse que todos os apoios financeiros para a candidatura do Rio de Janeiro foram oficiais, dados principalmente por Bradesco, Embratel e o empresário Eike Batista. Também voltou a questionar os procuradores pela acusação de ser dono de 100 milhões de dólares no Exterior em contas no nome do doleiro Renato Chebar.

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