sábado, 9 de setembro de 2017

O açougueiro bucaneiro Joesley Batista, Ricardo Saud e o ex-procurador Marcelo Miller devem ir para a cadeia


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (8) um pedido de prisão dos delatores da JBS, o empresário açougueiro bucaneiro Joesley Batista e seu executivo Ricardo Saud, e também do ex-procurador Marcello Miller. A solicitação de Janot está sendo analisada pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na corte e o responsável pela homologação do acordo de delação dos executivos do grupo. O pedido de prisão foi feito após a Procuradoria-Geral da República ouvi-los nos dois últimos dias sobre a gravação em que Joesley e Saud indicam possível atuação de Miller no acordo de delação quando ainda era procurador - ele deixou o cargo oficialmente em 5 de abril.

Para a equipe de Janot, houve patente descumprimento de dois pontos de uma cláusula do acordo de delação que tratam de omissão de má-fé, o que justificaria rever os benefícios. O pedido de Janot está sob sigilo. Não há previsão ainda sobre quando Fachin vai despachá-lo. Por causa dessa nova gravação, de 17 de março e com quase quatro horas de duração, Janot anunciou na segunda-feira passada a abertura de investigação para apurar omissão de informações, com ameaça de revisão dos benefícios concedidos, incluindo a imunidade penal.

Joesley Batista alega que foi apresentado a Marcelo Miller por Francisco de Assis e Silva, advogado da empresa e também delator, porque estava à procura de alguém para a área de anticorrupção da JBS. Os delatores argumentam que apenas consultaram Miller em linhas gerais sobre o processo de delação e que acreditavam que ele já havia saído da Procuradoria Geral da República. O ex-procurador pediu o desligamento do Ministério Público Federal no dia 23 de fevereiro, mas a saída foi oficializada em 5 de abril. 

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