segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Juiz federal Sérgio Moro adia mais uma vez o depoimento de compadre de Lula para dia 20 de setembro


O juiz federal Sergio Moro acatou o pedido da defesa do advogado Roberto Teixeira, compadre do chefão da organização criminosa petista, Lula, e adiou para as 13h30 do dia 20 de setembro o depoimento que ele deverá prestar no âmbito da Operação Lava Jato. Teixeira está repousando em sua casa após ter recebido alta do Hospital Sírio-Libanês, onde ficou internado por problemas cardíacos. Ele foi proibido pelos médicos de sair de São Paulo. Teixeira foi internado na véspera da primeira audiência marcada por Sérgio Moro, na quarta-feira, 6. Segundo o advogado Antonio Claudio Mariz de Oliveira, responsável pela defesa do advogado, os médicos disseram que a “gravidade dos sintomas recentes” exigem que ele permaneça em observação, em repouso e impossibilitado de deixar a cidade de São Paulo. Para embasar o pedido, a defesa anexou um relatório que detalha o quadro de saúde do advogado.

“O relatório médico em anexo dá notícia do seguinte diagnóstico: (1) insuficiência coronariana com infarto do miocárdio em 1981, revascularização cirúrgica do miocárdio em 2006 e angioplastia coronariana em 2016. A recente internação deve-se a quadro de angina instável; (2) insuficiência cardíaca secundária à miocardiopatia isquêmica; bem como (3) arritmia cardíaca controlada com uso de medicação”, diz o boletim médico.  O depoimento de Teixeira estava marcado para esta quarta-feira, 13, mesmo dia em que ocorrerá a audiência em que Lula reencontrará Sergio Moro. Eles serão ouvidos no processo em que a força-tarefa atribui ao petista os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. 

Teixeira e Lula são réus no mesmo processo. Segundo o Ministério Público Federal, propinas pagas pela Odebrecht chegaram a 75 milhões de reais em oito contratos com a estatal. Este montante, segundo os investigadores, inclui um terreno de 12,5 milhões de reais para comprar um imóvel que seria para o Instituto Lula – mas que nunca foi usado – e 504 mil reais para a aquisição do apartamento vizinho ao que o petista mora, em São Bernardo do Campo. Teixeira é acusado de lavagem de dinheiro por ter simulado um contrato de aluguel para o apartamento, que, de acordo com o Ministério Público Federal, teria sido dado ao ex-presidente, como fruto de propina em contratos da Odebrecht com a Petrobras. Teixeira é sogro de Cristiano Zanin Martins e pai de Valeska Teixeira Zanin Martins, advogados do petista no processo. 

Na última semana, o ex-ministro Antonio Palocci, que também é réu no processo, incriminou Lula ao prestar depoimento a Moro. Ele citou um “pacto de sangue” entre o empresário Emílio Odebrecht e Lula, que teria envolvido um “pacote de propinas” ao petista no final de seu segundo mandato no Palácio do Planalto, em 2010. O ex-ministro disse ao magistrado que a denúncia do Ministério Público Federal “procede” e que participou das tratativas sobre vantagens indevidas. Afirmou, ainda, que a relação entre os governos petistas e a empreiteira era “bastante intensa, movida a vantagens dirigidas à empresa e propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos”. 

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