quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Delação da JBS foi a maior tragédia já ocorrida na PGR, diz Gilmar Mendes


O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, voltou a criticar nesta terça-feira (5) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por falhas na condução das tratativas que levaram à assinatura do acordo de delação premiada de executivos da JBS. Ao comentar a abertura do processo de revisão dos benefícios concedidos ao empresário Joesley Batista e a outros delatores, o ministro disse que a celebração do acordo foi “a maior tragédia que já ocorreu na Procuradoria-Geral da República em todos os tempos”.

Em Paris, onde está em viagem oficial como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes considerou o acordo de delação como um desastre que foi mal conduzido desde o início". Além disso, o ministro disse que a Corte pode ter errado por não ter "colocado limites aos delírios" de Janot.

"Eu tenho a impressão de que o procurador-geral tentou trazer o Supremo para auxiliá-lo nessa Operação Tabajara. No fundo, uma coisa muito malsucedida, e ele está tentando dividir a responsabilidade com o Supremo. O Supremo não tem nada com isso. O Supremo pode ter errado e não ter feito avaliações e, talvez, não ter colocado limites", afirmou Gilmar Mendes.

Sobre as supostas citações a ministros do STF nos áudios que motivaram a abertura do processo de revisão do acordo de colaboração de Joesley Batista, Ricardo Saud e Francisco e Assis e Silva, delatores ligados à JBS, Gilmar disse que as conversas são uma forma de “vender fumaça” por parte dos colaboradores, que buscavam acordo com a PGR.

A possibilidade de revisão ocorre diante das suspeitas dos investigadores do Ministério Público Federal de que o empresário Joesley Batista e outros delatores ligados à empresa esconderam informações da PGR.

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