segunda-feira, 18 de setembro de 2017

BNDES substitui seus representantes no conselho de administração do grupo JBS


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) definiu seus dois novos representantes no conselho de administração da JBS. O banco público de fomento detém 21,31% do capital da processadora de carnes. Os nomes escolhidos para representar o BNDES no conselho foram: Cledorvino Bellini, ex-presidente da Fiat, e Roberto Penteado Camargo Ticoulat, vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo. Escolhidos hoje, eles ocuparão os lugares dos representantes atuais: Cláudia Santos e Maurício Luchetti. Quais os critérios que o BNDES usou para a escolha desses nomes é coisa que não se sabe. Eles devem representar o interesse do distinto público brasileiro no conselho da empresa. O dinheiro do BNDES empregado nessa empresa corrupta e corrupta, da família dos empresários Batista, os açougueiros bucaneiros Joesley e Wesley, é dinheiro do distinto público, o qual não foi consultado sobre quem deve defender seus interesses. 

A troca de conselheiros ocorre após a assembléia geral extraordinária da JBS aprovar no sábado à noite a indicação de José Batista Sobrinho, o Zé Mineiro, para a presidência da companhia. Ele ocupará o cargo do filho Wesley Batista, preso na semana passada. O nome de Zé Mineiro foi aprovado por unanimidade, inclusive com o voto de Claudia Santos, até agora representante do BNDES no conselho de administração do grupo. O BNDES vem defendendo o afastamento da família Batista do controle da JBS. 

Apesar de criticar a assembléia realizada "na calada da noite", o presidente do BNDES divulgou nota informando que não questiona o mérito do voto da conselheira do banco, já que “ela atua com o devido grau de independência prescrito pelas melhores práticas de governança”. Isso é lorota total, conversa mole, ela não pode ter independência nenhuma, porque ela é mera preposta do público brasileiro na administração do grupo corrupto e corruptor. “A crítica do presidente se restringe às circunstâncias da reunião do conselho, convocada às pressas mesmo diante da vacância do cargo ter ocorrido ainda na manhã do último dia 13”, informa o BNDES em nota. 

O banco informa que solicitou à área jurídica as providências necessárias para obter uma posição da câmara arbitral ou da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre as divergências da instituição com a companhia. “A CVM é quem pode arbitrar. É preciso que a CVM se manifeste, com uma decisão regulatória, no sentindo de esclarecer a aplicação da Lei das S.A.”, afirmou o presidente nesta segunda-feira: “Nós queremos, exigimos e vamos conseguir melhor governança nessa companhia porque existe dinheiro do Brasil e de todos os brasileiros nela".  

A JBS negou qualquer ilegalidade envolvendo a reunião do conselho. “Na quinta-feira (14 de setembro) foi convocada reunião do conselho de administração para o dia 16”, diz trecho do comunicado: “A presença da totalidade dos membros do conselho tornaria dispensável até mesmo a convocação prévia". Já o presidente do BNDES questiona a data da reunião: “Essa reunião foi feita fora de um dia útil, revestida de todos os detalhes de excepcionalidade”, avalia Rabello de Castro, para quem as ações dos controladores revelam evidências do conflito de interesses já apontado pelo Banco junto à CVM e ao Judiciário. 

Segundo a JBS, “os conselheiros agiram no cumprimento de seus deveres fiduciários e, por unanimidade, tomaram a decisão que lhes pareceu ser a melhor para a companhia, seus acionistas, colaboradores e demais stakeholder's" (os idiotas, botocudos, usam expressão em inglês quando poderiam e deveriam dizer "grupo de acionistas"). “O momento atual é de equilíbrio, de união e de pensar no melhor interesse da JBS e de seus acionistas, tendo assim agido o conselho de administração, em estrita consonância com a lei e o estatuto social", acrescentou o presidente do BNDES, sobre o qual não pairam quaisquer dúvidas, apenas certezas. 

O BNDES defende a responsabilização dos controladores por prejuízos causados ao patrimônio da JBS. “O que nós queremos na JBS é a boa governança, assim como exigimos de todas as empresas em que o BNDES tem participação acionária. Essa é a condição básica para receber apoio financeiro do banco. A JBS está descumprindo uma obrigação nessa relação, que é ter uma governança impecável”, diz o presidente do BNDES.

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