sexta-feira, 11 de agosto de 2017

PMDB suspende seis deputados que votaram contra Michel Temer


O PMDB informou nesta quinta-feira as punições aos seis deputados federais do partido que votaram a favor da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB) na Câmara dos Deputados, na semana passada. Segundo nota divulgada pelo partido presidido pelo senador Romero Jucá (RR), a Executiva peemedebista decidiu suspender por 60 dias as funções partidárias dos deputados Vitor Valim (CE), Jarbas Vasconcelos (PE), Celso Pansera (RJ), Laura Carneiro (RJ), Sérgio Zveiter (RJ) e Veneziano Vital do Rêgo (PB). O que isso quer dizer? Nada. Os deputados continuarão exercendo seus mandatos. 

“Esta decisão foi tomada por descumprimento dos parlamentares ao fechamento de questão sobre o assunto em reunião realizada no dia 12 de julho, em Brasília. O ato de suspensão já foi comunicado a todos os filiados e ao Conselho de Ética do partido”, afirma.  Quando “fecham questão” em votações no Congresso, como fez o PMDB contra a denúncia, os partidos pretendem que toda a bancada siga a orientação de voto e sinalizam que retaliarão parlamentares que a desrespeitarem. 

Zveiter, um dos deputados punidos, foi o relator da acusação contra Michel Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Ele apresentou relatório favorável ao prosseguimento da denúncia ao Supremo Tribunal Federal e foi derrotado no colegiado, que aprovou parecer contrário à aceitação da acusação pela Câmara, apresentado pelo deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). No plenário da Casa, a denúncia por corrupção apresentada pela Procuradoria-Geral da República com base nas delações premiadas da JBS foi derrubada por 263 votos a 227. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar mais uma acusação contra o peemedebista, desta vez por obstrução à Justiça, que passará pelo mesmo trâmite na Câmara dos Deputados, passando primeiro pela CCJ e depois pelo plenário. 

Por meio de nota, Sérgio Zveiter classifica a decisão do PMDB como “ridícula e covarde”. “Ridícula, pois um partido que usa o expediente inescrupuloso de distribuição de emendas parlamentares, cargos e de ameaças de punição ao direito democrático do parlamentar votar, não tem autoridade moral de punir quem quer que seja. Covarde, pois ameaçou expulsar e agora vem com essa suspensão. Como não tenho cargos no governo, não sou de frequentar o Palácio de pires na mão e não tenho cargo na liderança no PMDB da Câmara, tal suspensão em nada me afetará”, ataca o deputado.

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