quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Lava Jato descobriu que dinheiro sujo saía de Porto Alegre para o Panamá

A Lava Jato descobriu que R$ 30 milhões em propinas foram lavados em Porto Alegre. Os valores, então, eram sacados por Toninho Cordeiro, irmão do empresário Athos Cordeiro, ex-presidente do Sicepot e da Areop, ambos investigados. Athos Cordeiro ficou conhecido na CPI da Segurança Pública, durante o governo do petista exterminador do futuro Olívio Dutra como "Agnus Dei", o codinome que ele tinha na caderneta apreendida do petista Diógenes de Oliveira. O dinheiro era sacadio em espécie e enviados para contas no Panamá e na Suíça. "É o mesmo esquema descoberto na Lava-Jato, com a novidade das entidades associativas", disse o delegado Alexandre Sbarrola, delegado-chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros: "Essas entidades (Areop, por exemplo) foram usadas para dificultar o rastreamento do dinheiro". A Polícia Federal ainda não descobriu a origem dos R$ 30 milhões nem o que foi feito com os valores, mas a delegada responsável pela investigação, Ilienara Cristina Karas, afirma que o a grande quantidade de dinheiro remetida ao Exterior indica que deve existir o envolvimento de funcionários públicos. Obras como as da extensão do Trensurb até Novo Hamburgo são investigadas. A nova etapa da Lava-Jato, centrada no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira, teve como principais alvos:
- Athos Albernaz Cordeiro, ex-presidente do Sindicato da Indústria de Construção de Estradas, Pavimentações e Obras de Terraplanagem do Estado (Sicepot-RS). Empresas ligadas a ele foram alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal (PF) nesta manhã. Ninguém foi preso.
- O irmão de Athos, o doleiro Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro (conhecido como Toninho Cordeiro).
- STE Engenharia (Serviços Técnicos de Engenharia), com escritório em Canoas e projetista de diversas grandes obras no Rio Grande do Sul.
- Associação Riograndense de Empreiteiros de Obras Públicas (Areop)
Toninho, o irmão do empreiteiro Athos Cordeiro, segundo a Polícia Federal, teria lavado dinheiro de suborno proveniente destas obras:
- Ramal do Trensurb (entre São Leopoldo e Novo Hamburgo).
- Terceira Perimetral de Porto Alegre.
Ele admitiu ter repassado quantias a pedido da Odebrecht para emissários de políticos indicados pela empreiteira, mas garantiu, em depoimento, que não sabia quem eram os políticos — apenas entregava o dinheiro, em malas.

Policiais Federais no Rio Grande do Sul deflagraram na manhã desta quarta-feira a Operação Étimo, desdobramento da 26ª fase da Lava Jato – a operação Xepa – no Estado.A investigação foi desencadeada a partir de dados obtidos durante a Operação Xepa, em março do ano passado – na ocasião, o doleiro Antônio Cláudio Albernaz Cordeiro foi preso em Porto Alegre. A Polícia Federal apurou um esquema envolvendo a lavagem de dinheiro por meio de entidade associativa ligada a grandes empreiteiras. A entidade recebia das empreiteiras um percentual do valor de obras públicas realizadas no Estado. Mais de 50 policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Canoas, Glorinha e em Brasília. Também foram autorizados pela Justiça Federal o sequestro de bens e o afastamento de sigilo dos investigados.


A nova etapa da Lava-Jato, centrada no Rio Grande do Sul nesta quarta-feira (16), tem como alvo desvio de recursos públicos em grandes obras de engenharia.  Ninguém foi preso. Athos Cordeiro foi réu em processo da Justiça Federal que investigava fraude em licitações na barragem de Taquarembó (entre Dom Pedrito e Lavras do Sul, na Campanha). Ele acabou absolvido, em 2016, mas quatro pessoas foram condenadas no episódio, incluindo outros construtores e ex-secretários do governo Yeda Crusius. Procuradores recorrem contra a absolvição. Athos é ligado à STE Engenharia (Serviços Técnicos de Engenharia), com escritório em Canoas e projetista de diversas grandes obras no Rio Grande do Sul. A investigação abrange essa empresa e a sede da Associação Riograndense de Empreiteiros de Obras Públicas (Areop).

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