quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Grupo Gerdau na berlinda, denunciado à Justiça na Operação Zelotes


O Ministério Público Federal denunciou nesta quinta-feira executivo e ex-executivos do Grupo Gerdau por corrupção no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que avalia débitos de contribuintes com a Receita Federal. A denúncia é um desdobramento de investigações da operação Zelotes. Conforme a denúncia, enviada à 10ª Vara da Justiça Federal em Brasília, representantes do grupo do aço comandado pelo barão Jorge Gerdau Johannpeter teria negociado o pagamento de 40 milhões de reais em troca de vantagens em processos que tramitavam no órgão público. 

O esquema funcionou entre 2011 e 2014, período em que o grupo econômico siderúrgico teve cinco casos analisados no Carf. Em valores atualizados, discutia-se a anulação de cobranças de 4 bilhões de reais. O caso foi investigado na Operação Zelotes. A Procuradoria da República no Distrito Federal sustenta que, com aval do diretor Jurídico da Gerdau, Expedito Luz, o consultor jurídico, Marco Antônio Biondo, e o consultor de contabilidade do grupo, Fernando Schneider, trataram de propinas com o então conselheiro do Carf, José Ricardo da Silva. O objetivo era a manipulação dos processos, por meio de pedidos de vista e outros procedimentos, além do cancelamento dos débitos. 

Ao todo, 14 pessoas foram denunciadas, incluindo advogados e outros ex-integrantes do Carf. Elas vão responder por corrupção e lavagem de dinheiro, se a denúncia for aceita. Embora tenha sido indiciado pela Polícia Federal, o presidente da Gerdau, André Gerdau, não está entre os acusados pelo Ministério Público Federal. 

A denúncia inclui informações fornecidas pelo ex-conselheiro Paulo Roberto Cortêz, que firmou o primeiro acordo de delação com a Zelotes. Conforme a peça de acusação, um dos objetivos da Gerdau era direcionar os julgamentos dos casos para a 1ª turma da Câmara Superior do Carf. Assim, poderiam ser “sorteados” a José Ricardo. A apreciação pelo colegiado, no entanto, não chegou a ocorrer porque, segundo os procuradores, a Zelotes foi deflagrada antes disso, em março de 2015.

A Gerdau alega que jamais concedeu qualquer autorização para que seu nome fosse “utilizado em pretensas negociações ilegais, repelindo veementemente qualquer atitude que tenha ocorrido com esse fim”.  Jorge Gerdau Johannpeter foi conselheiro da Petrobras durante todo o período do regime criminoso petista. Foi incapaz de perceber as barbaridades que estavam acontecendo dentro da estatal, e ainda aprova a muito criminosa compra da refinaria de Pasadena, no Texas. Além disso, é o maior propagandista de métodos de produtividade e qualidade na administração pública importados da administração privada. Ele foi o chefão do Instituto Falconi. Hoje o Brasil inteiro sabe qual é a sua concepção de qualidade e produtividade na administração pública. 

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