quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Comissão da Verdade da Venezuela decidirá quem poderá se candidatar no país


A Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela decidirá, através da chamada “Comissão da Verdade”, instalada nesta quarta-feira (16), quais candidatos poderão disputar as eleições para governador em outubro, pleito no qual a oposição quer tirar o chavismo do poder em várias Estados. Segundo a presidente da Assembleia Constituinte, a ex-chanceler Delcy Rodríguez, o órgão pediu ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) uma lista completa dos candidatos inscritos, com o objetivo de "determinar se alguns deles têm envolvimento em fatos de violência que tenham afetado a paz e a tranquilidade pública".

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro e outros dirigentes chavistas culparam a oposição pelos atos de violência ocorridos durante as manifestações contra o governo desde o dia 1º de abril. "Temos que prevenir que a sociedade venezuelana sofra as consequências de pessoas que ocupam cargos e os utilizam com objetivos desestabilizadores", afirmou Delcy Rodríguez, durante a cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, no Museu Boliviano de Caracas.

"Essa comissão será muito cuidadosa, será muito ciumenta, na hora de prevenir que haja algum candidato ou candidata ao cargo de governador que esteja ou tenha estado envolvido na violência com fins políticos", afirmou a presidente da Assembleia Constituinte. O CNE encerrou esta semana o período de inscrições para as eleições a governador, que estavam previstas para dezembro deste ano e que foram antecipadas por decisão da Constituinte para outubro. A maior parte dos partidos de oposição decidiu disputar o pleito, apesar de afirmarem que há uma ditadura na Venezuela. Alguns partidos, no entanto, decidiram não participar do próximo pleito, por não confiar na lisura e na justiça do processo.

Os partidos oposicionistas denunciaram que houve fraude nos números da participação na eleição da Constituinte no último dia 30 de julho. Uma denúncia similar foi feita pela Smartmatic, empresa responsável pela apuração dos votos. Muitos prefeitos e políticos não alinhados com o governo Maduro estão presos, foragidos ou inabilitados para exercer cargos públicos por supostas irregularidades no desempenho de suas funções.

A oposição venezuelana, que ganhou com maioria absoluta as eleições legislativas de dezembro de 2015, confia que tirará das mãos do chavismo o poder regional. Atualmente, os simpatizantes do ex-ditador Hugo Chávez controlam 20 dos 23 estados do país.

Nenhum comentário: