quarta-feira, 5 de julho de 2017

Tucano Tasso Jereissati diz que cresce no partido a pressão por retirada de apoio a Michel Temer

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse nesta quarta-feira (5) que é crescente o movimento de "desembarque" da sigla do governo de Michel Temer: "A posição do partido é cada vez mais clara. Não dá para controlar, as coisas vão acontecendo". Para o tucano, um dos principais defensores de que o PSDB deixe ministérios e demais cargos na gestão Temer, a tendência de saída do governo é crescente. "O posicionamento é por desembarque, não de oposição ao governo", afirmou. Tasso citou como exemplo dessa "movimentação crescente" a análise da denúncia contra Temer na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Ele diz que o PSDB não controla a forma como os deputados do partido vão se posicionar sobre o caso: "A grande maioria já está se posicionando". Pela contagem dos tucanos, entre 5 ou 6 deputados do partido devem votar a favor do recebimento da denúncia contra Temer na CCJ, e apenas um ou dois tendem a votar contra. O Supremo Tribunal Federal só poderá analisar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra Temer, que o acusa de ter cometido crime de corrupção passiva, se houver uma autorização prévia da Câmara dos Deputados. O caso será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa e, posteriormente, pelo plenário, onde são necessários 342 votos para que o processo tenha sequência. De acordo com senadores do PSDB, a bancada do partido no Senado também já tem uma maioria pró-desembarque. Esse movimento foi notado em reunião na terça-feira (4), dia em que o senador Aécio Neves (MG) retomou o mandato no Senado, após 46 dias afastado por determinação da Justiça. Nas conversas, Tasso e outros senadores foram incisivos para que o partido deixe o governo. Apenas o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), defendeu a permanência. De acordo com os presentes, Aécio Neves falou apenas em "unidade" do partido. Ala significativa do partido também acredita que depois que a tramitação da reforma trabalhista no Senado for concluída, um tema caro ao PSDB, o partido tenderia ainda mais a abandonar a gestão Temer. Tasso afirmou ainda que o partido deve ter uma posição "definitiva" sobre a presidência da sigla até o fim da semana. Ele assumiu interinamente o comando do PSDB em maio. Depois que o STF decidiu afastar Aécio de suas funções no Senado, ele decidiu se licenciar do cargo de presidente da sigla. Com a volta de Aécio às atividades políticas, após decisão do STF da última sexta-feira (30), o comando do PSDB terá de ser redefinido. "A decisão será dele porque é ele que tem o mandato", disse Tasso. "Até o fim da semana ele já terá organizado a casa", disse.

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